domingo, 24 de fevereiro de 2013

Voltar é preciso

Ao longo da semana passada o que se ouvia nos meios de comunicação, de hora em hora..ora e o que se via nas redes sociais era um recadinho insistente, quase como o despertar programado de um despertador, ou quase que como “De hora em hora, a telesena informa....” que fazia questão de nos lembrar para voltar as horas... assim:

“Atenção, sábado termina o horário brasileiro de verão, voltem os ponteiros de seus relógios em uma hora!" Ou então: Não se esqueça... "Sábado termina o horário brasileiro de verão, atrasem seus relógios em uma hora!”
Como se atrasar ou adiantar os relógios fizesse alguma diferença no tempo que passou, na vida que correu, nas coisas que aconteceram nesse período de menos uma hora ou mais uma hora por dia!
Como se o aviso resolvesse os prejuízos causados pela sensação de perda de uma hora que tive ao longo dos meses de horário de verão, ou ainda, como se o homem tivesse o poder de manipular o tempo!
Manipula-se as horas, porém o dia sempre terá vinte e quatro horas! O manipular constante das horas me leva à seguinte reflexão: Esse atrasar e adiantar de relógios de tempos em tempos, dá ao homem a ilusão do poder sobre o tempo, sem que ele perceba que essa manipulação não altera nada os tempos da vida e de DEUS!
Mera ilusão, uma vez que o relógio da vida e da natureza continuam o seu tic-tac inexorável, passando, passando, independente do adiantar ou atrasar dos relógios que dividem o tempo em partes, fracionando em partículas e, desta feita, em partes chamadas horas, ora!

O relógio do tempo, saibam senhores, não se manipula, não se atrasa, nem se adianta.... é um tempo sem tempo que nos faz apenas viver... com a noção de tempo! E esse, teremos que viver com todas as suas cores, dores, suores , sabores ou dissabores!

E, embora não se volte o tempo da vida...Às vezes é preciso voltar na vida como bem o diz Ligia Fagundes Teles.

É  preciso voltar. E a gente sempre volta. Volta de férias, volta das batalhas, volta no tempo ao sentir um perfume, volta a ser criança com as crianças, volta a ser racional quando a loucura pensa que é dona da casa... A gente volta, porque voltar não é retroceder, é se reencontrar nas partidas para se descobrir em novos caminhos.”

Sendo assim, estou de volta. Volto depois de um longo período de ausência, ausência até de mim mesma. Volto depois de mais de trinta dias vivenciando mais do mesmo de formas diferentes, volto tendo vivenciado novas experiências, quase que fora do mundo, embora que absolutamente nele... sim, estou de volta!

Estou de volta de férias, de volta ao começo, de volta às saudades, ao canto ao qual não pertenço, mas ainda tenho tempos a cumprir nele e esse voltar não é um retrocesso.

Eu volto... volto sempre que necessário for... para encontrar, reencontrar, para sentir, buscar forças, ganhar abraços, olhar nos olhos  e deixar o sorriso acontecer e, para partir novamente, para de novo voltar e de novo sentir...ressentir ! E de novo AMAR! Volto...

Enquanto há AMOR, voltar é preciso... para viver o que não se viveu, ver no que vai dar...para permitir todos os sonhos e delírios... voltar no tempo, começar de onde parou...
Embora não voltem os tempos e nem as horas... pode –se voltar no tempo e prosseguir o que começou e ainda não acabou...!
Sim, voltar é preciso!