segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cuidado Frágil!


“Eu costumava me achar a pessoa mais estranha do mundo, mas então me ocorreu que, já que existem tantas pessoas no mundo, deve existir alguém que, assim como eu, se sente bizarra  e imperfeita. Então eu a imaginava, e imaginava que ela deveria estar por aí,pensando em mim também. Bom, se você estiver por aí e ler isso que escrevo, eu espero que você saiba que, SIM, é verdade! Eu estou aqui e sou tão estranha quanto você"!  (Frida Kahlo).
Sabe cara Srª Magdalena Carmem Frieda Kahlo y Calderón, ao ler essa frase tão parecida com meus sentires,  fui pesquisar mais sobre você para tentar entender o que tinhamos em comum… Descobri que temos algumas coisas em comum, outras nem tanto, mas dentre aquelas que nos são comuns uma delas é que você era canceriana, aparecida e desaparecida em câncer ( 06 de julho de 1907  - 13 de julho de 1954). É isso,  somos eu e você  água… intensas, plásticas, flexíveis e fortes! Doces, suaves, humanas e  devastadoras quando queremos e tão maleáveis que conseguimos ocupar os espaços e apesar disso tudo, nos sentimos desenquadradas. Quando você desapareceu Frida eu nem sonhava em nascer e você se achava uma pessoa estranha naquele mundo, imagine eu neste?
Costumo, mais vezes do que gostaria, me achar a pessoa mais estranha do mundo, então, há algum tempo me ocorreu que, já que existem tantas pessoas no mundo, deveria existir alguém que assim como eu se sentisse estranho e imperfeito. Eu o imaginava, e sabia que ele estava perambulando por ai, pensando que deveria existir em algum lugar.  Bom, Frida, o resumo é que em um dado momento da vida um anjo assoprou no meu ouvido que no meio  desse vasto mundão de DEUS, no universo onde transito, mesclado de gente de todo o tipo,  existia uma só pessoa que assim como eu dizia se sentir estranha, bizarra e perfeccionistamente imperfeita. Então é verdade, SIM esse alguém existe…meu anjo da guarda me contou! Ouvi minha intuição e confirmei… existe mesmo e é AMOR!
Descobri, em contrapartida, que o AMOR é frágil, sujeito a chuvas e trovoadas… a medos e desconfianças e nem sempre sobrevive aos tsunamis da vida.
O AMOR é uma planta que devemos cuidar com carinho e nem sempre é aceito ou cuidado como deveria  e ainda assim, espera-se que ele sobreviva!
É preciso ter coragem para aceitar que somos pássaros bizarros, desajeitados,  engraçados e medrosos tentando nos adequar ao mesmo ninho. É preciso ter coragem para sentir tudo profundamente. É preciso sermos fortes e corajosos para não fugir diante do primeiro obstáculo…SIM, CORAGEM É PRECISO!
Sei que sou esquisita, tenho várias formas de me expressar, sou diferente, sei disso… sou FRÁGIL sei disso! Mas AMO e tenho coragem de assumir o que sinto!
Pessoas erram, seres humanos erram….até aquelas pessoas que amamos estão sujeitas a erros. Eu erro… mas devo confessar, NÃO ESTAVA PREPARADA PARA ESSE AMOR! NÃO ESTAVA!
Cuidado… sou FRÁGIL!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Baila Comigo?

Tem horas que me dá uma fraqueza… Não é fraqueza fisica não!!! É fraqueza de alma, é fraqueza por ver como a humanidade anda estranha e mais ainda em saber que essa esquisitice está muito próxima da gente!
Hoje foi um desses dias, ou um dia daqueles.... daqueles dias que me sinto fraca e impotente diante do volume que algumas pequenas coisas tomam!!! Comenta-se uma coisa em confidência com alguém que acreditamos poder confiar e, de repente…. Aiii que fraqueza!!!
Por que será que até hoje ainda não aprendi a não “confiar”???
Dizem que basta uma batata podre para estragar a saca toda… é verdade!
É impressionante como algumas pessoas têm a capacidade de ,em nome de um discurso de que “NÃO POSSO ISSO ou NÃO POSSO AQUILO”, em nome de uma ÉTICA conveniente que só vale quando se quer, em nome de um discurso furado de que "preciso me manifestar sobre isso" consegue a partir de uma conversa close and personal comprometer a vida de outrem… puxar tapete mesmo – se é que me entendem! Acho que a partir de hoje, as trocas de confidências vou deixar para o confessionário, se eu tivesse o hábito de me confessar, como não tenho acho que vou preferir me entender comigo mesma.
Acho que estou precisando de “uma pausa de mil compassos” para compreender alguns fatos. Parece que quero me isolar um pouco do mundo… ou pelo menos de uma parte dele que está próxima a mim! Parece que quero fazer uma dieta vegana de relacionamentos, não quero lidar com nada que anda, andou ou andará… tem jeito para isso??? Alguém ai, pode me dizer, tem jeito para isso?
Queria poder me recolher de tudo… já que não posso, recolho partes de mim. Não me dar a conhecer é a melhor solução!
Acho que vou parar de racionalizar, parar de ser compreensiva, acho que não quero mais compreender as necessidades daqueles que não fazem a menor  questão de compreender as minhas… acho que vou sonhar, vou deixar fluir um pedaço do meu sonho; o sonho de dançar com você de novo, juntinho, coladinho como dançamos um dia lá… no clube! Dançar juntinho para mim é sinonimo de intimidade, de felicidade, carinho, união de alma.
Acho que quero sonhar… deixar a alma bailar… me recolher numa oca, ficar quietinha, viver num eterno domingo, ser um pouco bicho preguiça, desacelerar e esquecer que existe certas gentes. Acho que quero deitar na rede, ler, ouvir música, tratar da alma e deixar o corpo flutuar… deixar o pensamento voar, voar, assim como um pardal, tomar banho de sol, aquecer os ossos e  iluminar a vida. Acho que quero rir muito, dar gargalhadas de nada, de bobagens à toa ou de mim mesma!
 Acho que quero ser indio, me parece que é tudo mais simples sendo indio. Parece que seus principios e valores são tão mais simples e verdadeiros…Baila comigo?
Se Deus quiser
Um dia quero ser índio
Viver pelado
Pintado de verde
Num eterno domingo
Ser bicho preguiça
Espantar turista
Tomar banho de sol,
Banho de sol... sol!

Se Deus quiser
Um dia acabo voando
Tão banal assim
Como um pardal
Meio de contrabando
Desviar do estilingue
Deixar que me xingue
E tomar banho de sol


Se Deus quiser
Um dia eu viro semente
 E quando a chuva molhar o jardim
Ah! Eu fico contente
E na primavera
Vou brotar na terra
E tomar banho de sol
Banho de sol !

Se Deus quiser
Um dia morro bem velha
Na hora "H"
Quando a bomba estourar
Quero ver da janela
E entrar no pacote,
De camarote
E... Tomar banho de sol !
Banho de sol...sol. (Rita Lee)

Ei você...Baila comigo?

domingo, 19 de agosto de 2012

Lei da Gravidade

Final da semana passada… 12 e 13/08/2012.
Sábado para domingo durmo mau….
Domingo para segunda-feira … piorou, sequer consigo dormir!!!!
É certo que a semana que passou foi agitada e a próxima não seria diferente e não foi mas… há tempos essas coisas deixaram de me tirar o sono.
Então, o que está pegando Chpz??? Opsss… Falei Chpz ???
Então é isso!!! É isso que está pegando.
A Lei da Gravidade está me empurrando para baixo! Depois de dois anos e meio vou aportar novamente em terras do sul.
Embora desta vez os motivos sejam outros, os neurônios do coração se agitaram com o fato. Como será?
Afinal, Chpz se recolheu há alguns meses e teme os efeitos da viagem.
E foi assim… desembarque no aeroporto de Floripa… o coração acelerou, deu frio na barriga, liga ??? Não liga!!! Melhor não. Melhor não arriscar outro cartão vermelho!  

Na van,  indo para Balneário Camboriu - SC
Foto by Camila Machado
A semana passou, estou aqui…. Só sei que foi assim, mas que tem saudades… ahhh isso tem!

domingo, 12 de agosto de 2012

Pai Herói!!

Hoje comemora-se no Brasil o dia dos PAIS. Eu particularmente penso que todos os dias são dias de pai e mãe.
Mas… se a convenção é essa, então, vamos nessa!
Viajando na comemoração, rendo aqui minha homenagem ao meu amado pai, aos pais dos meus pais (que já não estão aqui), aos pais dos meus amigos que são um pouco meus pais…Aos meus irmãos, cunhado e sobrinhos pais e todos os pais do mundo! Àqueles que realmente entendem o sentido da paternidade.
Amanheço no clima “dias dos pais”… ligo para meu querido velho pai para cumprimentá-lo e dizer-lhe mais uma vez que O AMO!
Dizer-lhe que… Se eu fosse nascer de novo e me fosse dada a prerrogativa da escolha, escolheria nascer onde nasci e ter os pais que tenho pois só assim, poderia ser exatamente quem EU SOU! Sou o que sou porque tenho o PAI que tenho.
Hoje  - coisa de quem vive só – permiti acessar do meu baú de memórias, momentos de vida com papai…
Ele me levando no colo, muito pequenininha, ou me contando partes do filme “Os Brutos também amam”… com tanta fidelidade que me fez chorar, ou debaixo de um pé de laranja lima lá no pomar da fazenda do avô Ambrósio; ele descascando laranjas lima para mim, uma atrás da outra e eu querendo outra e mais outra e davamos boas gargalhadas. Ou ainda, ele, me confortando, cantando, contando estrelas e estórias (que ele inventa tão bem)! Me chamando de “litlle”, participando da minha vida, me confortando e apoiando em todas as decisões e nos momentos difíceis. Até hoje ainda posso encostar devagarzinho nele e receber um carinho.
Nesse passeio saudoso pelas minhas memórias, lembrei de uma das nossas longas conversas, das muitas que tivemos todos os dias durante os dezesseis anos que fomos trabalhar juntos. Na ocasião, meu pai dava algumas recomendações de cuidados sobre alguma coisa que não me lembro bem o que era e eu lhe dizia que não se preocupasse, e ele, como era de se esperar revidou dizendo:
-- Para os pais, filhos são sempre crianças. E eu então lhe disse:
-- E para os filhos, os pais nunca envelhecem. São sempre super heróis!
Ele me olhou surpreso com essa afirmação.
Então reforcei… É isso que sinto pai. Quando olho para o Sr. ainda vejo aquele pai jovem, animado, cheio de vida que me ensinou a lutar, a estudar, a ser digna, a crescer como pessoa e ser o que sou. Não quero que o senhor envelheça, assim como o Senhor ainda não aceita que cresci!
Eramos seis. Agora somos dezoito!
Essa constatação foi um choque tanto para mim quanto para ele. Mas… eu penso assim. Pois, assim como eles nos olham como crianças, nós também (eu pelo menos) temos dificuldades em aceitar que eles envelhecem. Queremos ou gostaríamos que nossos pais fossem sempre joviais, dispostos, que não ficassem doentes, que não esquecessem coisas, que fossem sempre os mesmos, vigorosos, fortes e prontos para nos proteger. E isso não é verdade! O tempo é inexorável… não para!
Penso que nos ver como crianças é uma forma de negar a velhice... e da nossa parte, não aceitar que eles envelheceram é negar que crescemos, amadurecemos e que nossas relações com nossos pais mudaram. É querer, mesmo tendo consciência de que isso é impossível, não aceitar que em algum momento deixamos de ser cuidados para cuidar, pois muitos deles se transformarão em crianças novamente e nós " velhos embora" gostariamos de permanecer " pequeninos feito grão de milho". (Carlos Drumond de Andrade).
Com meus pais aprendi a ser fortaleza com leveza... aprendi que na vida, ora choramos, ora sorrimos, mas com alegria conseguimos superar as adversidades! Eu de minha parte declaro amor eterno e incondicional ao meu pai, aos meus pais... Amo vocês!!! E ainda reproduzindo e adaptando Carlos Drumond de Andrade no poema Para Sempre, gostaria que pai e mãe não morressem nunca, gostaria que eles ficassem para sempre junto de mim!

 Pai… Você é meu herói!!!

sábado, 11 de agosto de 2012

Amor é que nem asa!

Em tempo real, on time, nesse exato momento (23h45min do dia 10/08/2012), acabo de chegar em casa após um árduo dia de trabalho, com jornada tripla. Enquanto aguardo pacientemente “milady” lavar a roupa, fico atenta a todas as etapas molho curto, molho longo, lavar, duplo enxague e centrifugar, ligo a TV e o netbook , olho a novela e vou conferir as notícias do dia, tudo ao mesmo tempo….
Ligo a  TV no exato momento em que Juliana Paes, dando vida e voz à lendária Grabriela (Cravo e Canela) de Jorge Amado, descobre que Nacib (Humberto Martins) foi comemorar a despedida de solteiro no Bataclã e se deitou com uma quenga.
Gabriela, ouve tudo atenta e com toda a sua generosidade inocente olha para Nacib com aquele olhar de nem sei o quê ( boazinha talvez?) e diz:
-- Eu já sabia… e Nacib pergunta:
-- E você não vai dizer nada? Ao que Gabriela responde:
-- Amor é que nem asa, amor é para voar! E eu lhe tenho amor e quero que você voe comigo, Moço Bonito.
Seu Nacib, o moço bonito, fica todo constrangido e desentendido de tão grande desprendimento, aceitação e da forma simples que a moça tem de encarar tais coisas. Se eu te amo, não importa o que você faça à noite, farei coisas melhores com você durante o dia Sr. Nacib, simples assim. Pelo menos naquele tempo para Grabriela.
Bom… cada um é cada um, né Gabriela cravo e canela? E você consegue, na sua simplicidade de ser, sustentar sua leveza.
Para alguns ou para a maioria creio eu, no entanto, a leveza de SER é insustentável.  Assim o foi para o casal Tomas e Tereza  protagonistas do romance “A insustentável leveza do ser” de Milan Kundera. Eles não conseguiram transitar pelo romance com tanta leveza.
Ainda assim lá o autor diz em outras palavras a fala simples de Gabriela “ […] deitar-se com uma mulher e dormir com uma mulher, eis duas paixões não apenas diferentes, mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma quantidade inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (e, esse desejo diz respeito a uma só mulher)”.
Acho que Milan Kundera, considerando a data em que foram escritos os romances, andou lendo Jorge Amado.
E me parece que o desejo de Nacib com relação à Gabriela é o do “sono compartilhado”.  Ponto para ele.
O meu desejo, antes de o sonho voltar a adormecer, também era esse, descobri há pouco tempo.
Trocando em miúdos, moço bonito, habitante dos meus sonhos, menino dos meus olhos… portador de cantinhos de boca queridos e de olhos cor de esmeralda salpicada de rubis… acho que é tudo a mesma coisa na leveza sustentável do ser, mas bem diferente na sua insustentabilidade… afinal, deitar é diferente de dormir.
Deita-se só, dorme-se compartilhado.
On time, meu tempo expirou, milady me solicita para estender a roupa e depois dormir só e sonhar compartilhado…
-- Amor é que nem asa, amor é para voar, meu pensamento tem asas e voa sempre que quer. E… tranquilamente sustento, hoje, a leveza do meu sentir e do meu SER!