domingo, 27 de maio de 2012

Le Louvre de Moi

Estava iniciando a quinta série (no  meu tempo 1ª série ginasial) quando tomei contato pela primeira vez com a França,  sua língua e sua história.
Francês foi a primeira língua estrangeira que tive contato... naquele tempo tínhamos francês no primeiro e segundo ano e inglês nos anos seguintes.
O livro, me lembro como se fosse hoje, – e ainda o tenho guardado em algum lugar - era de capa dura azul, bem bonito  e que deve ter pertencido a alguma tia que também estudou no mesmo colégio que eu... afinal, naquele tempo livro didático passava de pai para filho, de tio para sobrinhos e de irmão para irmão. Ah... apareceu também lá em casa um dicionário, esse ainda o tenho em mãos.
Lembro de Monsier le Professeur  Sr. Samuel com o biquinhos e trejeitos ensinando os pupilos:
- Qu´ est c´est?
- C´est une table! C´est une crayon..   ( todo mundo respondia olhando o livro)... c´est une quelque chose.
Depois das lições básicas as coisas foram se complicando. Vieram os diálogos e depois os textos.
O texto que mais me marcou foi uma história interessante (pelo menos para mim naquela época).  La famille Vincent dèbarque au Havre era a história de uma família que estava de férias e desembarcava no porto de Havre para fazer uma visita à Paris.
Estava no programa da “Família Vincent” uma visita ao “Louvre”  e assim como foi aquele o meu primeiro contato com a língua francesa, também foi o meu primeiro contato com o museu do Louvre  que a partir daquele momento passou a despertar meu interesse pelas artes. Curiosa que sou, corri para casa e fui pesquisar sobre o assunto, claro que perguntando à minha enciclopédia ambulante ( o pai)  sobre Le Louvre e sua história.

http://www.louvre.fr/
Foi nessa lição de Francês que aprendi sobre o que era um museu e sua importância para a história, para o mundo e para as pessoas.
Logo em seguida, acho que meu pai entendeu que as crianças começariam a manifestar curiosidades sobre o mundo que ele certamente com seus conhecimentos vastos poderia suprir, mas não ilustrar , então decidiu assumir o sacrifício de adquirir uma enciclopédia – O TRÓPICO - que foi a nossa grande paixão e diversão por longo tempo e que apesar de desgastada de tanto uso passou de pai para filho, para netos e nem sei hoje onde se encontra.  Só sei que ilustrou minha vida e saciou nossa curiosidade de saber coisas do mundo, do passado, da vida e me preparou para ser muito do que sou hoje!
Foi assim que me aprofundei no Louvre e sua história, passeei pelas galerias cheias de artes e maravilhas, antiguidades egípcias e do oriente próximo, arte grega, romana, etrusca, contemporânea, pinturas, gravuras, esculturas, etc...etc..etc..
Lá conheci Da Vinci e a Mona Lisa, Michelangelo, Leonardo, Donatello, Renoir, Rembrant, Dante e o seu inferno e outros tantos e descobri a importância da história em nossa vida. Por isso hoje quando ouço alguém dizendo que quem vive de passado é museu, digo: -- Sim, você está certo  e dou graças à Deus por termos os museus que preservam nossa história.
Se história não fosse importante a Biblia não seria o livro mais lido do mundo; não saberiamos como foi descoberto o Brasil;  não dariamos importância às palavras maravilhosas ditas por um dos melhores seres que passou por este mundo registradas nos Evangelhos ou ainda, não teriamos comissões zelando pela proibição de armas nuclerares.
Digo ainda, que  se historia não tivesse importância, não a teríamos registrada e tão visitada. 
Se história não fosse importante, não saberiamos sequer os nomes de nossos antepassados, não nos importariamos com nossas origens e história, não carregariamos com orgulho nossos sobrenomes.
Em nome dessa beleza e da beleza da vida, hoje, me permito com muita tranqüilidade visitar as galerias que transcendem e compõe o Louvre de mim e me sinto feliz por ter belas histórias. Visito as galerias de história antiga, moderna, contemporânea, iluminismo, modernismo... e vejo quanta coisa bonita vivi. Passeio pela galeria da família e sei que ela ( a família) sempre estará ali, pois representa a escolha que fazemos ainda antes de nascer, de embarcar no trem e com ela seguiremos por todas as estações da vida. Passo pela galeria dos parentes, dos amigos, dos colegas, dos passantes e pela maravilhosa galeria dos amores... todas as memórias bonitas estão ali nessas galerias, bem armazenadas. Vejo a Sagrada Família, as Mona Lisas e Pietá´s, Venus de Milo e os Infernos de Dante... passei por tudo. Tenho orgulho de cada galeria... de cada memória.
Então, quando um dia desses, disse a uma pessoa que me lembrava de cada momento que passei com ela e recebi como resposta que deveria esquecer aqueles momentos, fiquei chocada!
--- Como assim? Então não posso guardar no meu Louvre as coisas boas que vivi com você??? Os momentos que você me chamou, as palavras doces que me disse, os carinhos??? Não posso?  Lamento, mas não vai dar sabe? Não vai dar mesmo, eu sou assim, manterei minhas memórias nas suas devidas galerias e elas voltarão sempre que quiserem! Cada um é cada um né??? Cada cabeça é um mundo - a minha funciona assim!
Mas... com que então você se pré-ocupa por que ocupo meus pensamentos com você?
De minha parte o que posso dizer é que se  alguém se ocupa comigo lembrando momentos felizes que passamos juntos, fico feliz e emocionada, isso significa que os bons momentos valeram à pena, significa  que ao colocar na balança os tais momentos as coisas boas suplantaram as ruins... significa que alguém além de mim mesma está zelando pelo SER que sou, pela minha luz interior, significa respeito pela história , carinho..significa um montão de coisas. Significa que o passado serve para nos guiarmos no presente e construirmos o futuro.
Avaliando assim ... num relance rápido, passeando rapidamente por todas essas galerias da minha história posso dizer que...
Tudo valeu à pela, tudo vale à pena... cada período, cada arte desenvolvida, cada história cuidadosamente vivida, construida e conservada no “Louvre de Moi”!
Oui.. c´est ma belle vie”!  Vive l´amour!

Foto de Eliel Mendes

Minha vida é uma bela história, toda a história tem arte., toda arte encena a vida!

domingo, 20 de maio de 2012

Salve a elegância sustentavel!

http://www.tnrmagazine.com/
Foi lançada com toda pompa e circunstância, no dia 16/05 a segunda edição da revista TNR MagAzine. Está linda, cheia de novidades, cheia de brilho e fazendo jus à sua proposta de ser uma revista ousada, irreverente e inovadora. Adorei e convido-os para dar uma passeada no site e se deleitar com as páginas cheias de conteúdo interessante e inteligente da revista. Pena que não pude ir… de novo. Mas de qualquer forma… Palavra de Mulher está lá com:


Salve a elegância sustentável!

http://www.tnrmagazine.com/
O mundo da moda está em ebulição. Fashion Rio, SPFW e outros eventos movimentam o cenário com lançamentos para esta estação e o tema sustentabilidade assume as passarelas brasileiras. O apelo do ecologicamente correto e socioeconomicamente sustentável ou ainda eco-friendly é a maior tendência do momento.
Mas, o que é sustentabilidade? É um processo de transição e também um grande desafio para os próximos tempos. Seus impactos sociais implicarão em mudança de modelo mental e revisão das necessidades e formas de consumo, uma vez que há a necessidade de conscientização para a utilização adequada e responsável dos recursos naturais de forma que não se esgotem, comprometendo a sobrevivência das gerações futuras.

E o que isso tem a ver com moda? Tudo! É o consumir e vestir com responsabilidade social, é o conceito do estilo consciente, responsável, ético e ainda economicamente sustentável. É fazer a nossa parte como consumidoras. É fazer nossas escolhas de ser eco-friendly ou ainda aderir ao movimento slow fashion como é conhecida na Europa esta nova proposta de moda.
Aderir a este tipo de proposta é estar disposta a repensar as necessidades, reestruturar o modelo mental fashionista ou até mesmo rever estilos. É ter coragem de trocar o sazonal e descartável de cada estação pelo atemporal que extrapola o limite das tendências, valorizando a qualidade e a durabilidade de peças clássicas que durem várias estações.
Isso significa “ter estilo” de maneira consciente e responsável, levando em conta o contexto sócio, cultural e ambiental atual. E estilo vai além da maneira de vestir, estilo é um modo de “ser”, de viver, de agir e de consumir. São escolhas particulares, preferências, desejos, humores e até mesmo fantasias. Estilo é o modo e não moda e modismo. Estilo é consciência da vida, do mundo, do planeta. É lutar por um mundo melhor, mesmo no universo da moda. Salve a elegância sustentável! (p.100)


E aguardem as surpresas da próxima edição!

O Cardápio !

Bom… após todas as conjecturas, reflexões e pensamentos (mas pensa hein!!!) sobre o movimento alquímico, o cardápio ficou assim: arroz com cenoura  - decido não cozinhar feijão – afinal, viajo de novo na próxima semana - frango assado com batatas cuja receita ainda não sei, nunca fiz… mas já tenho em mente como será decido pelo método da observação participante modificada (como vi minha mãe fazer, mas adaptando os ingredientes, jeito Cássia de cozinhar hehehe) e uma saladinha claro! Para sobremesa, doce de abóboras da Meg, que trouxe do Porto Seguro no feriado, servido com fatias de queijo frescal e coca-cola, afinal, Tânia está por aqui!
A salada ... cenouras cortada em tirinhas, alface americana cortada também em tirinhas com a tesoura, maçã, azeitona, uvas passas (eu adoro) , cebola, molho simples... azeite, sal e um pouquinho de vinagre balsâmico, não gosto de nada azedo...nada mesmo!


Tudo pronto, bem rápidinho por sinal. Os são pratos enfeitados para ficar bem bonito e atraente... mesa posta e … hummmm… hummm… minha cobaia (Tânia) diz que está uma delícia e eu sem falsa modéstia assino embaixo!Digno de comer debaixo da mesa... né Ana Maria? rsssssss.....


Doce da abóroras da Meg servido com fatias de queijo frescal!


Docinho para adoçar a vida…. Delicia.
Bom mesmo… vou até registrar a receita do franguinho que denominei “Frango assado à CHPZ”
Ahhh… até pensei – novamente – em enviar um convite especial via mensagem, mas, a certeza de não receber nem sequer um:   Gostaria muito, mas, hoje não vai dar ( e é óbvio que sei que não daria mas....), me retém, assim não o faço e vou ao frango.
Frango assado à CHPZ
Ingredientes
04 sobrecoxas de frango
01 cubo de caldo de galinha;
04 batatas grandes;
Tempero pronto (sal, pimenta do reino e alho) a gosto; orégano.
Oleo de milho ou girassol e maionese de leite.
Modo de fazer: Pegue uma assadeira pequena, espalhe no fundo meia colher de oléo, corte as batatas em fatias de espessura média e coloque sobre o óleo, em seguida espalhe sobre elas pitadas de tempero.
Rale o cubo de caldo de galinha, deixando-o com consistência de tempero em pó, perfure as sobrecoxas e besunte-as com o caldo de galinha e em passe sobre elas a maionese de leite. Coloque-as sobre as batatas, salpique com o óregano e em seguida cubra-as com papel aluminio, levando ao forno (elétrico) pré-aquecido (180º). Deixe assar por aproximadamente 1h15min, quando o frango estiver cozido, tire o papel aluminio e deixe dourar.
Sábado delícia… feliz da vida!!! Sem urgências, tudo simples, descanso e… aiiii saudades! Quer almoçar comigo???

A Alquimista.



Delícia é poder desfrutar de um final de semana interinho em casa, depois de duas semanas literalmente árduas e com certeza a que virá não vai ser diferente.
Uma pausa entre uma semana e outra, realmente é uma delícia e ficar em casa… tudo de bom!
Diferente do ambiente corporativo, onde predomina a cultura da urgência em que temos de ser “legos” e nos desdobrar em várias peças, separar tudo… braços para cá, pernas para lá, deslocar a cabeça do lugar para depois montar tudo de novo por causa da fragmentação da demanda, aqui na minha casa posso me dar ao luxo de ficar inteira.
Aqui em casa, a subjetividade humana, a automatização do padrão de tempo que está acima das condições humanas e além da nossa capacidade de atender a tudo e a todos não existe. Aqui a cultura da urgência não existe, quem faz o tempo sou EU… neste pequeno período sou dona dos dias e das horas. O tempo é  aquele que eu determino, faço o que quero, na hora que dá vontade. Aqui neste tempo apenas se respeita o dia e a noite, sem hora…ora, sem relógio, o tempo aqui é atemporal. Aqui neste tempo sem tempo, predomina transcendência em detrimento da imanência para aonde caminha a sociedade atual!
Na casa minha… sou imperatriz dos meus dominios! Como somos magos das nossas vidas, podemos fazer essas escolhas, podemos determinar o que fazer ou não fazer com nossas poucas horas livres… se ouvir musica, ler, pensar, cozinhar… rir, conversar ou ainda fazer tudo isso junto, dedicando esse tempo a nós mesmos.
Faço tudo junto… levanto e escolho fazer tudo! Ficar bonita, ser feliz, ouvir música, pensar, cozinhar e conversar com Tânia.
Começo ouvindo Ana Carolina. Ao tempo em que ouço as músicas vou fazendo conjecturas, pensando nas coisas que gostaria de fazer se pudesse… e com certeza se pudesse faria tempo para as tais coisas. Coisas como pegar um avião e ir longe para conversar com alguém especial, já que sinto tanta saudade dos sonhos e delírios, mas dai ouço…
Não vou pedir a porta aberta
É como olhar para trás
Não vou mentir
Nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar seu tempo
Eu já roubei demais...
Lembro que não posso, o coração aperta, daí me recolho e volto, afinal, não se trata apenas do tempo. Existem outras variáveis que me impedem e essas são totalmente alheias à minha vontade. Volto o pensamento para o cardápio do dia. Fiquei a semana toda fora, não fui às compras e preciso me virar com o que tenho disponível, essa é uma habilidade que aprendi com minha mãe. Dou uma incerta pela geladeira e logo fica tudo certo. Cardápio idealizado e executado conforme planejado.
Organizo o cardápio enquanto me entrego à sensação de “poder” que nos dá o ato de preparar uma refeição que terá como objetivo principal alimentar alguém. É um ato de responsabilidade e está diretamente ligado à preservação, à sobrevivência, à manutenção da espécie.
Penso sobre cozinhar. Fiz isso tão pouco ao longo da vida. Meu prazer pela culinária aflorou e se desenvolveu quando tive de ficar só e decidi preparar minhas refeições pelo menos aos finais de semana, já que não posso fazê-las todos os dias.
Sinto que o ritual de preparo de alimentos é a sabedoria alquimica de transformação e de AMOR!
Esse ritual me encanta… e apesar da pouca experiência, tenho a sensação que já fiz isso de formas diversas, durante toda a minha vida. Montar receitas, organizar utensílios, preparar os pratos, enfim… já fiz isso com certeza, em algum tempo que não sei qual! As imagens me remetem a um movimento absolutamente alquímico. É alquimia pura… é a capacidade de transformação!
Alquimia em latim “Solve et coagula” que significa dissolver e coagular. E do arábe “AL KYMIA” que pode ter dois significados: pedra filosofal e química e em algum contexto pode ser interpretada como “quimica espiritual”.
O alquimista busca a transformação do chumbo em ouro, por meio do processo de fundição.  Ao trabalhar neste processo ele está também trabalhando suas realidades internas, transmutando, transcendendo, buscando a transformação da vida, da consciência, da alma. Essa é a minha sensação quando estou preparando os alimentos. É como se tudo dentro de mim entrasse num processo de organização interna, de preparação para a vida e principalmente o contato direto com as minhas almas…como disse Vera Faria Leal em seu livro O poder do amor:
“Ao destilar líquidos, fundir materiais, aquecer substâncias para obter ouro - , se produz sincronizadamente no alquimista uma extraordinária modificação interna, que culmina em sua transmutação. Ele próprio se torna uma pedra filosofal, alguém cujo interior brilha e reluz como ouro. Assim, une seu coração a Deus e o transforma numa centelha reluzente do amor divino”. (LEAL, Vera Faria.  p . 280).
Enquanto o pensamento dá todas essas voltas pelo mundo mistico, filosófico, alquimico, passa pelos sentires, pensa na alma gêmea, devolteia e volta … ao som de VAMBORA com Adriana Calcanhoto.

Entre por essa porta agora,
Diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida,
Vem, vambora
O que você demora
È o que o tempo leva…
A letra que lembra “o sonho”, pode ser ainda um processo alquímico de fusão, de transmutação que já passou por quase todas as fases, e, que dentro de mim já se transformou na centelha reluzente do AMOR!
E que num tempo sem tempo, se recolheu e se posicionou em modo espera… por que o que se demora é o que o tempo leva!
Deixando de lado a “cultura da urgência”, de nunca se ter tempo para a VIDA, de se estar sempre ocupados para nós mesmos… de falar sempre apressado… que tal criar um tempo, que tal fazer o próprio tempo… ainda que seja apenas um fim de semana, um feriado? Que tal cultivar essa jóia rara, preciosa a  alquimia do AMOR?

quinta-feira, 17 de maio de 2012

"Casa Minha"...


Casa minha...

A semana foi bem intensa, uma série de aprendizados alguns tão profundos que me levaram à reflexões sobre a vida... a minha vida, sobre nossos conceitos arraigados de certo e errado, sobre valores e outras tantas coisas.
E me pus a refletir! Reflexão na acepção da palavras vem do latim fletere =  dobrar, acrescentado do prefixo re= dobrar sobre si mesmo!
Compreendendo o significado, entendi a profundidade da coisa, isso implica em redobrar o senso da humildade para tal aprendizado. Humildade para aprender a conviver com a diversidade do individualismo e também com as pessoas que não escolhemos. E ainda, daquilo que podemos escolher e do que não podemos... da qualidade dos nossos vínculos e outras  tantas coisas tão complexas.
Ah! Já que estamos falando de palavras e origens, lembro que complexo também é uma palavra de origem latina – complectere - que quer dizer “tecido em conjunto” então, pode-se dizer que complexo é igual a “realidade entrelaçada”.
Se complectere é complexo, se é tecido em conjunto ou realidade entrelaçada... e, se entrelaçado está relacionado a laços, então, é deles que estamos falando deles, dos laços.
Laços de carinho, de suavidade, de amor, que entrelaçam almas, como presentes, dádivas de DEUS podemos aceitar sem questionar os “certos ou errados”, uma vez que são vínculos preciosos. E tudo o que precioso é frágil. 
Assim, preciosidade é conseguirmos ver nossas fragilidades como forma de construir vínculos verdadeiros, preciosidade pe conesguirmos olhar generosamente nossas limitações e fragilidades e ainda assim  nos permitirmos estabelecer vínculos verdadeiros.
As voltas com tantos pensamentos – E aqui faço uma pausa, suspiro fundo e lembro da observação... mas pensa hein !!! ( como diz ele) – sim penso muito... " Eu penso tanto e me canso tanto com meu pensamento que às vezes penso em não pensar jamais, mas isso requer ser bem pensado, pois se penso demais acabo despensando tudo o que pensava antes e se não penso, fico pensando nisso o tempo todo".

Vi essa frase em algum lugar, algum dia. Não anotei o autor,  mas me identifiquei de cara.
Penso, brinco, respiro, suspiro e, chega uma hora que  fora de casa a gente já nem pensa mais, não absorve mais nada e o pensamento voa... qual passarinho, livre e solto... vai para onde quer! Sabe que o inverno está chegando mas ainda assim, quer ir para aonde o frio é mais forte! Quem sabe para se aquecer no aconchego de braços e abraços cheios de laços como "realidade entrelaçada" que se conhece tão bem? Tal qual as memórias profundas trazem cravadas no corpo e na alma.
Daí... brinco de novo...!Me lembro de uma das últimas cenas do filme ET – O Extraterrestre, que me marcou para toda a vida, tal emoção aquela criaturinha estranha conseguiu imprimir na voz de ET quando apontou com o dedo indicador que acendia uma luz vermelha, azul ou dourada, sei lá.. uma luz.. para o planeta de onde veio e disse:
-- Casa minha....
Comigo é assim, toda vez que estou com vontade de voltar para os meus aconchegos penso nisso. Aponto o dedo para uma certa direção e digo: "Casa minha".
Afinal, existe coisa mais gostosa que a casa da gente? Ou do que o lugar para aonde a gente gostaria de voltar...ou de ir...???? Não existe.... o ET estava certo...
Quero “casa minha”.

Ainda que ela seja a minha casa simplesinha, quero dormir na minha cama, pensar no meu espaço, quero meu aconchego... quero casa minha... voltar para casa, é tudo de bom!
E as memórias... daquela casa minha, estas, estão cravadas no coração...que continua em reflexão! Mas pensa hein!!!
E.... como tudo é presente... pensei nesta música

https://www.youtube.com/watch?v=loTAIt8MDgk


segunda-feira, 14 de maio de 2012

ADMIRAVEL MUNDO NOVO!


Nos idos de 1932 um escritor muito visionário chamado Aldous Huxley publicou uma ficção quase inacreditável para a época. “Admirável Mundo Novo” mostra um futuro assustador onde as pessoas são previamente preparadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viver em plena harmonia com as condições, regras, normas, leis de acordo com as castas que nasciam. Tudo era controlado, dúvidas, inseguranças e outras questões sociais eram resolvidas com remédios. Conceitos de familia, principios, valores e  não faziam parte daquele mundo.
Não será mera coincidencia as semelhanças com nossos momentos atuais?
O próprio prefácio do livro traz esses questionamentos na edição de 1946 [...] Será admirável o nosso novo mundo? A quem serve esta civilização que se diz moderna e funcional e, ao aparato das técnicas, sacrifica o espírito?... O espírito, considerado realidade menor, o espírito tolerado, quando não reprimido... Qual, o lugar do homem, numa sociedade dominada pela máquina?
Qual, o caminho para o Indivíduo que reivindique a liberdade interior e o direito à sua...individualidade, à sua singularidade? Para o Indivíduo que queira caminhar pêlos próprios pés? Aldous Huxley, um dos maiores escritores contemporâneos, descreve, em «Admirável Mundo Novo», com fantasia e ironia implacável, a sociedade futura totalitarista.
 
A pauta da imprensa escrita, televisiva, os twitters, faces e o escambau virtual (rimou ehehehe) nos últimos dias têm se alternado entre a “Operação Monte Carlo” e a invasão de privacidade virtual da atriz Carolina Dieckman...

A polícia encontrou quatro suspeitos de terem roubado fotos íntimas do computador de Carolina Dieckmann em março e depois as terem divulgado na internet, em 7 de maio, após tentativa de extorsão. De acordo com a investigação, acompanhada de perto com exclusividade pelo Fantástico neste domingo (13), hackers do interior de Minas Gerais e São Paulo invadiram o e-mail da atriz e pegaram as imagens.

Não tão divulgada quanto as noticias acima, no dia 05/05/2012 o JN divulgou rapidinho uma outra  noticia similar à história de Carolina:

Homem é preso por chantagear  ex-chefe com fotos.A polícia prendeu em flagrante, em São Paulo, um homem que exigia dinheiro para não divulgar fotos sensuais roubadas de uma colega de trabalho. O técnico em informática André Silveira Borges, de 31 anos, foi preso na sede da empresa onde trabalhava, na Zona Oeste da capital. Há pelo menos um mês ele exigia R$ 30 mil de uma das diretoras do grupo para não divulgar fotos sensuais que ela havia enviado ao namorado

Bem vindas ao “Admirável Mundo Novo” queridas. O que vocês estão vivendo agora muitas pessoas já vivenciaram ou vivenciam há muito tempo – inclusive eu - com um pequeno agravante, sem a imprensa, sem a policia e sem advogados do nosso lado para nos defender.
Assédio virtual é mais comum do que se pensa. Pessoas, por motivos as vezes alheios à nossa compreensão invadem nossas vidas DEUS sabe como, por meio de hackers tão inescrupulosos quanto elas, ou por meio de arquivos que pensamos ser confiáveis e abrimos inocentemente com os famosos “cavalos de tróia, que capturam nossas senhas, invadem nossas caixas de e.mail. apagam coisas importantes, detonam nossas vidas, destroem nossos relacionamentos e ninguém nem sequer fica sabendo. E quando vamos à polícia para registrar nossas queixas, somos olhados com aquelas caras de ponto de interrogação.
--Quem foi, você sabe????
-- Como vou saber seu delegado? Sou uma pessoa normal, de vida normal... nem posso imaginar quem possa ter feito algo assim comigo. Apagar todos os e.mails. que recebi de uma pessoa importante... das duas caixas de e.mail?
E a investigação continua... perguntas, perguntas infindáveis até conseguir um BO pelo menos para nos proteger de coisa pior, ou para termos uma mínima comprovação de que fomos invadidos.
Se estivéssemos no tempo do Lampião, talvez pensasse que poderia ser Maria Bonita tentando se vingar... por ciúme talvez?
Comigo foi assim... bem assim, um jeito de não sei  como, não consegui montar esse quebra cabeças até hoje!
Fui invadida no dia do meu aniversário... roubaram e apagaram todas as mensagens armazenadas nas minhas pastas particulares de e.mail que enviei a alguém muito especial na minha vida e que preservava com o maior carinho e cuidado. Coisas bonitas que escrevi com muito amor, vindas do mais intimo do meu ser foram invadidas, transformadas em outras que nem imagino quais sejam, por alguém que nem sei quem é... e por estar há milhas de distancia nem sequer imaginava o que acontecia, só sei que fui usada, invadida de forma sórdida por um ser que não tem o mínimo de respeito pelo seu semelhante e conseqüentemente só posso concluir que se não respeita o outro, não respeita a si mesmo.
É isso mesmo... aconteceu comigo desta forma há anos atrás e o que posso dizer é que à oportunidade fiquei tão sem chão que não sabia como agir, além do mais, não tinha condições econômicas e nem psicológicas para fazer nada, tamanho foi o choque.  Cheguei a pensar que nem fosse para mim... que fosse algum engano, mas não...não era. Diante disso a única coisa que me restou foi realizar minhas perdas com muita dor ( por isso entendo perfeitamente o que Carolina está sentindo)... fiquei triste por mim, pelas conseqüências que isso trouxe para minha vida, me senti totalmente impotente, sem defesas, sou insegura e desconfiada até hoje no que diz respeito ao uso das TIC´s . Fiquei com uma profunda sensação de NÃO SEI e ainda me senti magoada por alguém não conheço, não sei quem é nem o que faz ( e nem me interessa saber) mas sei que é de uma maldade sem a tamanho.
A única coisa que consegui fazer e que preservo até hoje é a crença na LEI de DEUS, da AÇÃO e REAÇÃO, tudo que se fazemos, de alguma forma o universo nos retribui... Procuro praticar os ensinamentos de um dos melhores homens que passou por esse mundo:
Bem aventurados os que choram por que eles serão consolados;
Bem aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, por que eles serão fartos;
Bem aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós...  (Mateus, 5)

E... não há nada mais verdadeiro do que os ensinamentos da minha Profa de Ética... o mundo está vivendo um vazio ético. Ser ético na acepção da palavra é ser profundamente humano , é respeitar o outro e o seu espaço da convivência... poucos estão preparados para isso!

Portanto... bem vindas ao admirável mundo novo !!!!





domingo, 13 de maio de 2012

ÀS MARIAS - ÀS MÃES - À MINHA MÃE!



Faço hoje uma homenagem a três mães em especial (Maria, Cássia e Magaly), e em nome delas homenageio todas as mães do mundo. Começo humildemente rendendo homenagens à MARIA a mãe de todas as MÃES, mãe da minha mãe que com sua figura majestosa tem plena consciência dos domínios onde impera. Tendo sido a mãe de Jesus e passado pelas dores que passou ao ver seu filho sacrificado, vilipendiado e morto nas mais humilhantes condições, nos socorre nas horas difíceis, particularmente quando o coração fica apertado e a fé esmorecida.

Em todas essas horas, Maria a “Mãe Puríssima, Poderosa Senhora revestida da luz da Graça estará ao nosso lado” se fará presente basta  acreditar, basta chamar,  pois junto com seu filho Jesus “ conhece o nosso coração, conhece as pedras do caminho, ouve as nossas angustias e passa sempre à nossa frente e vai abrindo estradas e caminhos, portas e portões, casas e corações” e “leva todos os filhos sob sua proteção”.
E a todas as Marias , aquelas que são Aparecidas decididas que aparecem nas boas horas; às Cecilias musicais, charmosas, amáveis e expressivas; às Reginas réginas  resolutas rainhas de seus lares; às Helenas ...mulheres de Atenas que enfrentam os desafios com muita luz e àquelas que não são Marias mas que a representam: às Fabianas divertidas e engraçadas, leves e bravas... favas que crescem;  Marianes, gentis e familiares, suaves mas sisudas; às  Adrianas ativas e decididas; às Julias e Julianas  pertencentes à Julio e de mentes abertas; às Dinas e Enedinas com jeitos benevolentes e ainda às lúcidas , maternais, cuidadosas e amigas Valérias... dentre outras tantas... Anas, Ritas, Julias, Iracemas, Joanas, Carolinas que quando“tem a comida na mesa, agradece sempre a grandeza de cada pedaço de pão”.  E aquelas que trabalham arduamente:
[...] Zezé e o penoso balé de pisar o cacau;
Maria que amanhece o dia lá no milharal,
Joana que ama na cama do canavial; e...
Quitéria que colhe miséria quando não chove no chão...(Wander Lee)

E ainda às Cássias  distintas e sábias; charmosas amáveis e criativas e um tanto curiosas, em nome dessas homenageio àquelas que por condição ou opção não são mães de barriga, mas ainda assim têm os seus filhos e os ama com todas as dores e as delícias que de se sentir mãe,  ou,  não os tendo ainda assim são mães: mães de todos.  Esta sou eu que trago em mim todas as mães . Trago em mim um pouco de Marietta e Tereza, Rosa e Luiza, Philomena e Angelina, minhas bisavós e avós... tenho em mim um pouco das tias queridas que me embalavam, me colocavam sobre a mesa e me rodavam como uma boneca quando era bem pequena e ajudavam minha mãe ainda uma criança a cuidar de mim... Às tias Norma, Yedda e Neuza ( in memorian... que pena), Maria, Mariney e Alida que ainda estão neste mundo. Quero ser para minhas sobrinhas o que as tias foram e são para mim...exemplo de tias quase mãe  ... que o AMOR se perpetue por todas as gerações de mulheres guerreiras desta familia.


Bianca, Eu com Gabriel no colo e  Fabiana (a mãe) - Isabella, Mariane ( a mãe) e Eua mãe de todos.
Minhas lindas sobrinhas/filhas e seus filhos... meus sobrinhos netos.

E nesse ato ...Rendo eterno AMOR à pedra rara, viva, cultivada no mar... à pérola Magaly  minha mãe, meu Porto Seguro, mãe de todos: de marido, de filhos, netos e bisnetos, mãe para todas as horas, que como a Mãe de Jesus conhece cada um de seus filhos e se faz presente mesmo sem estar... e sabe mais do que ninguém das nossas angustias e tristezas. Pensar em mãe é pensar em lar... algazarra, reunião, barulho, comidas, festas, vida, cheiros de casa... de casa arrumada.

Minha pérola... Linda Mãe!

E casa arrumada é assim:

Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Casa arrumada tem cheiro de  AMOR de MÃE...
Essa é a minha casa, esse é o meu Porto Seguro... o colo que me aguarda sempre....

O Empinador de Pipas.




Era uma vez… um menininho que morava tão perto de mim… e eu nem sabia.
Ele brincava alegremente junto com os outros menininhos das redondezas da Alípio Dias Junior com a Augusto Jorge Estevão e nem nos sabíamos tão próximos.
Corria e reinava com a molecada entre os pés de mamona, os carrapichos e outros bichos do terreno baldio situado em frente à casa grande, com varanda alta, cheia de portas e janelas… onde por uma delas, ou talvez pendurada no alpendre uma menininha espiava curiosa a algazarra da molecada e… ele nem sabia! E a gente nem sabia!
Memórias longínquas se  desvelam aos poucos tomando conta dos meus pensamentos hoje. Chegaram sem nenhum aviso prévio e insistem em me mostrar a mesma criaturinha que me aparece em sonhos, vez em sempre: um menininho. Uma criaturinha linda, rechonchudinha que nos sonhos veste um short cinza e camisa socialzinha branca ou listradinha eu acho, usa um par de sapatos pretos e um par de meias também cinza, assim me parece. Traz também um par de esmeraldas salpicadas de rubis no lugar dos olhos que até hoje me fazem perder o fôlego e têm a carapaça encoberta por cabelinhos entre preto e dourado como se refletissem o brilho do sol, levemente encaracolados.
A imagem me persegue durante o dia todo e imagino ter sido esse menininho, em algum momento da vida, um empinador de pipas.
Rememoro um dos sonhos…  que não foi bem um sonho, pois eu não estava dormindo, estava num estado de semi consciência. Uma visão talvez? Ou alguma imagem que estava gravada no inconsciente e a memória acessou?...... enfim, algo assim.

A imagem era assim: Um menininho, muito lindinho, correndo num campo gramado, num dia de vento talvez? Um dia lindo, ensolarado, brilhante. O menininho rindo, fazendo algazarra, gritando, correndo empinando seu papagaio (pipa) colorido. Uma criança muito feliz, exalando energia e vitalidade próprias de crianças em idade escolar ( 8 a 10 anos talvez) sem preocupações, vivendo apenas aquele AGORA. Foi com essa imagem passeando pelos pensamentos que passei o dia de hoje.
Daí, como não poderia deixar de ser, reflexões sobre........ Depois de muito pensar, minha cabeça conseguiu elaborar uma série de reflexões sobre a visão!
O que fazia um menininho em nosso tempo de criança para ter uma pipa (papagaio)?
Precisava de um mínimo de grana para comprar o material necessário – e aí..... Podia ser uma choradeira... mãe me dá dinheiro, por favor mãe... por favor… dá dinheiro…
--Pra que menino???
-- Mãe, quero uma pipa.. Não era tão fácil, mas, geralmente conseguíamos algumas moedas, depois de muito custo, muita choradeira, muito esforço de convencimento ou, dependendo do dia e das condições nem precisávamos chorar; ou então não conseguíamos mesmo – a mãe não tinha -  e daí a gente ia negociar retalhos de papel com os colegas... nos propúnhamos a fazer a pipa dele ou faríamos uma pipa com um papel qualquer, até jornal servia…
Nessa etapa, sabíamos O QUE queríamos e o que precisávamos fazer para consegui-lo: poder de convencimento, persuasão, riscos – de levar uns supetões - mas íamos à luta;


Aí…. juntamos a turminha e vamos para a lojinha da cidade, comprar os materiais necessários para a CONSTRUÇÃO......... Em meio a uma profusão de papéis de seda coloridos, escolher as folhas, as cores, cola ( às vezes), varetas ( às vezes), ah! A linha, carretéis de linha 50 ou 20, sei lá – nem me lembro...muitos metros! Sim, tem de ser grossa pra não arrebentar....( e os carretéis de madeira depois serviriam pra fazer rodas de carrinhos) enfim, todo o material necessário para construir a pipa...... E, coração batendo descompassado!!!!!!!!
Nessa etapa, sabíamos o QUANTO seria necessário e ONDE encontrar!
Juntamos de novo a molecada, e vamos sentar na varanda de casa ou mesmo na calçada, espalhar a tralha no chão e começar a construção. Papéis de todas as cores, tesouras, colas ( que podiam ser compradas ou misturas de água e farinha de trigo – lembra?), varetas ( que também podiam ser compradas, ou, que fomos lá no meio do mato, cortamos um pedaço de bambu e fizemos uma vareta com todo o cuidado para ser uniforme) .
E a emoção???? Como vai ser?????? Quais cores usar? E o tamanho? E o formato? Nossa… ficava-se em polvorosa… parecia mesmo um bando de maritacas ou papagaios… tão barulhentos ficavam. Acho até que é por isso que o brinquedo chama papagaio rsss.
E aí, começávamos o processo de construção da nossa obra!
Tomando todos os cuidados no corte, na forma, não pode ter cola demais senão desequilibra, vamos marcar o meio direitinho pra fazer o cabresto.......com cuidado, senão não voa! Precisa de muita linha pra voar alto – enrola a linha numa latinha de conserva qualquer...... e, quem tinha uma latinha naqueles tempos? Então enrola a linha num pedaço de pau qualquer! Enfim, tem de ser prático para não enrolar, não embaraçar.
Nessa etapa, grandes decisões. E aí estávamos no COMO fazer, fazer bem feito, para obter bons RESULTADOS. Já tínhamos senso de competitividade, de decisão, de liderança.
Então…Tudo pronto! E agora? Observar o tempo, um bom dia, com ventos favoráveis, Num lugar legal... de preferência no campinho, não tem fios, não tem perigo! E lá íamos nós!
Fase da AÇÃO... percebeu que para tudo isso exige decisões?
Percebeu que em cada etapa estamos fazendo escolhas? E aí, vamos viver a grande emoção de empinar uma pipa, obra nossa, sob nosso controle, ela lá no alto, e nós controlando, correndo, gritando, rindo, felizes! Damos linha, ela sobe, sobe, sobe...... o coração acompanha o ritmo...... acelera, acelera, acelera, quase saí pela boca! Seguramos a linha, puxamos a linha, encolhemos, esticamos! Adrenalina pura! Torce, retorce, contorce… rabeou, descontrolou......... o que fazer? E se a linha quebrar? E se perder a obra?
Nem percebemos naquele momento, no auge da nossa inocência, que essa é a grande dinâmica da vida! A linha da vida em nossas mãos!
Não sabemos, por que estamos no AGORA, que fizemos tudo o que nos será exigido da vida ao crescer. Planejar, Desenvolver, Conferir, Avaliar, Monitorar, Escolher, Decidir, e muitas vezes teremos de fazer tudo isso sozinhos. Viver, ter a linha da vida em nossas mãos e segurá-la de forma que não arrebente, mas se arrebentar, saber que aquela pipa pode ir e então, construiremos outras e outras, e usaremos outras linhas!
Saber também que, em algum momento, poderemos encontrar uma pipa que caiu, não muito longe de nós, e que poderemos recolhê-la ( por que ela ainda faz parte da nossa vida), amarrar de novo a linha e continuar a empiná-la......... e que a alegria, o prazer de reencontrá-la é incomparável, pois sabemos toda a energia que investimos para construí-la! Saber que ela pode estar um pouco danificada, mas, ainda assim vamos reconstituí-la assim como haverá momentos que teremos de reconstituir nossas vidas, às vezes com aquela pipa que ficou lá no passado, depositada no baú de memórias …coisas simples, mas complexas.
Era uma vez… uma menina com suas doidas analogias que a  ajudam a compreender a vida a partir das imagens, dos fatos, da construção!
Juntando laços, fazendo nós, desatando nós!
Essas coisas que fazem parte da vida… Era uma vez… um sonho com um empinador de pipas…

domingo, 6 de maio de 2012

Todos os dias, o dia todo!

... Ainda no sábado, ainda no cotidiano. Terminamos de almoçar e digo para Tânia:
-- Enquanto você termina o serviço, vou descansar um pouco e Na hora que você sair, saio junto senão perco a coragem!
Ligo a TV, fico olhando um pouco de nada na telinha e pensando: onde seria o melhor lugar para pagar minhas contas???  Banco do Brasil da T – 63 com T-4? Hummm.... lá é meio perigoso! 

Shopping Buena Vista - http://www.google.com/
 Shopping Buena Vista? Sim, me parece a melhor opção, mais longe porém mais seguro.
Saímos juntas eu e Tânia ... eu bem contrariada por ter de sair à tarde. Vamos lá Chpz, não há escolha, ou vai ou vai! Então vamos, decido ir a pé e não me arrependo. A tarde está bela, apesar de o dia estar meio friozinho o sol está quente  e o céu magnificamente azul. Esqueço a contrariedade diante dessa grandeza de presente.
Decido desfrutar da caminhada. Vou serpenteando pelas quadradezas do Setor Bueno, apreciando cada pedaço do caminho. Percebo o quanto é bonito o meu bairro.
Sigo em ziguezagues... T -36, passo em frente ao Oliveira´s Place e observo que está acontecendo um Evento de Dermatologia, viro à esquerda na T-65 e permito aos olhos o passseio sobre prédios, árvores e outras tantas coisas que saltam à vista.
Os dias quentes e noites frias que anunciam o inverno já se pronunciam mas seus efeitos ainda não são perceptíveis na natureza. O clima desértico e seco desta época no coração do Brasil que deixa folhas e flores secas, com um tom amarelo desmaiado e quase sem vida conferindo a tudo cores embaçadas e empoeiradas chega aos poucos, bem devagarzinho. Apesar do final de outono as árvores ainda estão bem verdinhas e cheias de flores. Olho tudo com cuidado... não deixo nada me escapar! Talvez para armazenar para sempre na retina as imagens do lugar , talvez para não deixar o pensamento viajar, ou as duas coisas, quem sabe?
É uma profusão de quaresmeiras com flores roxas, ipês amarelos, roxos e brancos, acácias com flores lilases e outras tantas. Penso que as árvores foram plantadas com capricho e há muitas variedades que não conheço. Fico curiosa em saber  que árvore seria esta ou aquela e daí penso... se meu agrônomo preferido estivesse comigo agora, certamente mataria minha curiosidade  Que árvore é aquela? Ele diria é uma....!!!!  e conversaríamos sobre muitas outras coisas, certamente nos permitiriamos sonhar os sonhos e delirios...certamente ficariamos absortos... certamente!!!
Logo mais à frente vejo o colégio Ávila, onde há  uma série de árvores iguaiszinhas, como se fossem chorões, mas não são, com cachos de flores vermelhas despencando para quase perto do chão. Tem ainda os ingazeiros, onde os passaros se aboletam para comer o ingá. Nossa... me admiro, quanta coisa em apenas cem metros.
Fotos By Myself
Sigo serpenteando, deslizo à direita na T-37, passo em frente ao Super Bueno, olho curiosa, parece bem arrumadinho o mercadinho e penso, na volta vou entrar ai para conferir. Passo lá na volta, compro uma bandeja de caquis e realmente me surpreendo com a estrutura enorme e bem organizada escondida sob a  fachada timida.

Foto Prédio Blindex by myself
A selva de pedras parece humanizada nesse quadrilátero do Bueno, quase todos os prédios tem seus jardinzinhos na entrada e quase todos também tiraram suas grades e fizeram muros de vidro (blindex) dando um ar de modernidade e humanidade. Além de dar uma aparência clean parece que a transparência do blindex elimina um pouco aquele aspecto de presídio e as ruas estão muito arborizadas.
Inclino o corpo para a esquerda novamente. ... esquina da T- 37 com T- 64. 

Copacabana´s Grill
http;//www.google.com
Lá está o “Copacabana´s Grill” às três da tarde de sábado obviamente cheio de gente curtindo o cair da tarde, conversando, bebendo comendo. Continuo minha caminhada rumo à T-4, chego nela...dobro à direita e sigo “todo reto” até chegar no Buena Vista. Vou observando tudo, pensando em tudo, atenta a tudo e ao mesmo tempo desatenta, não querendo pensar em nada.




http://imageshack.us/photo/my-images/573/avt41.jpg/sr=1
Chego ao Buena Vista e  vou direto ao que me interessa... não quero me distrair com nada, pago minha conta, viro nos pés e volto para casa. A caminhada foi boa, curti bastante mas estou cansada. Na volta pego o celular e me disponho a fotografar algumas coisas ao tempo em que penso: Preciso comprar uma máquina fotográfica, pois, a vontade de registrar coisas e momentos está voltando! Sim preciso... assim como preciso de tanta coisa... assim como não te esqueci, assim como preciso de você... assim como você é importante para mim, assim como sinto saudades... assim como...assim, assim cotidianamente, todos os dias, o dia todo!