quarta-feira, 20 de maio de 2020

ROTINA - NUNCA MAIS!

 Exceto o ato de levantar e deitar, e os hábitos e costumes necessários para um bom viver (escovar dentes, tomar banho, me alimentar etc...) não me lembro de ter uma vida rotineira, tipo fazer todos os dia as mesmas coisas. Não, não me lembro... rotina, definitivamente, não faz parte do meu cotidiano!
A vida me surpreende com coisas novas, novos aprendizados todos os dias. E isso é uma delícia!
Coisas simples, é bem verdade, mas, aos meus olhos, dádivas de DEUS. 
Na minha vida, como costumo brincar, cada mergulho é um flash! Para cada flash, um insigth,  e, para cada um desses, certamente acesso conhecimentos que já estavam la embaixo, na zona de sustentação do iceberg, muito abaixo do nível do mar, aquela zona oculta do inconsciente, que submerge para além da superfície, onde ficam armazenados saberes, soluções, ideias, que a gente nem imagina - algo como criatividade! 
Então, se já não havia rotina, como falar em voltar a ela, nesses tempos tão estranhos, quando um patógeno invisível de nome corona vírus, ou SARS-COV2 como imponentemente o chamam os cientistas - que por sua vez provoca uma Síndrome respiratória grave chamada de COVID-19 (Corona Vírus Desease 2019) - anda às soltas, botando terror na humanidade nos fazendo pensar, repensar e mudar os mais automáticos e rotineiros hábitos?
E, por que, estou eu aqui falando disso? 
Simplesmente para lhes contar que ontem me vi diante de uma escolha que, até bem pouco tempo,
em tempos normais como ouso chamar, seria corriqueira, e até meio "besta" de se falar.
Mas... estamos em outros tempos, então, ao acordar, ainda deitada, começo a programar  meu dia nada rotineiro, diga se de passagem, apesar do isolamento social. Resolvo, nessa programação, tentar restabelecer um pouco daquilo que poderia ser uma rotina ou um hábito da minha vida normal - fazer minha caminhada  matinal.
Como nada nesses tempos é normal... com o dia previamente programado, bem cedinho, começo a me preparar para iniciar a jornada quando ouço um carro de som passando pelas ruas propagando...
-- Senhores moradores, a Secretaria de Saúde do Município solicita a todos que NÃO saiam de suas casas, exceto em caso de extrema necessidade... Ao sair, atentem para a obrigatoriedade do uso de máscaras e... dai desfia as regras e protocolos de higiene para a prevenção???? se é que isso é possível,  da contaminação com o tal de vírus!
Ouvir isso me deixou abalada e literalmente perplexa diante da necessidade de fazer uma escolha de algo que antes me parecia tão simples - sair para caminhar! Era um hábito,  fazia-se sem mais delongas e ponto!
E eu, que sempre fui ágil, e,  na maioria das vezes assertiva em minhas decisões, eu que no geral não temo ao fazer minhas escolhas, me vi numa situação difícil!
Putz ... pensei - e agora, o que faço? Vou ou não vou?
Quando - pensei ainda - em minha vida, até uns sessenta dias atrás, poderia sequer sonhar em me deparar com uma escolha tão difícil para um ato tão simples e corriqueiro? Quando? Jamais...
Deus! Uma simples caminhada pode colocar em risco minha saúde e, mais ainda, a dos meus pais e irmão que moram comigo e de mais um outro tanto de gente!
Um choque - uma escolha. Ir ou não ir, eis a complexa questão. Mais complexa, pelo menos neste momento, do que a questão existencial de Shakespeare em Hamlet com seu To be or not to be that´s the question  ." 
Confesso que foi uma escolha difícil! Coração acelerou, bateu forte. Recorro a Descartes - "penso, logo existo", existo e estou confinada há mais de sessenta dias em casa, existo e preciso continuar a existir, e, para existir, preciso me manter sã. 
Recorro a DEUS, acredito que sou uma centelha divina, creio que Deus habita mim, tenho muita FÉ... recorro ao meu coração, escolho pela sanidade mental!
Caminhar me dá VIDA, me dá ideias, minha mente viaja e consigo criar infinitas coisas... caminhar me faz bem, muito bem... então...
#Fui fazer minha caminhada matinal!
Foi bom, fiquei feliz... 
E, está tudo certo! 


terça-feira, 19 de maio de 2020

OBSERVATÓRIO


De repente, estou aqui, curtindo minha quarentena e ouço ao longe o ronco de um avião cortando os céus! Estou em um lugar que é rota deles... apesar de esses dias, os vôos terem diminuído bastante, ainda os ouço de quando em vez! Senti, lá no fundinho da minha alma inquieta uma saudades de ver o mundo do alto, uma vontade de voar, de sair um pouco do casulo! Afinal, são mais de sessenta dias incubada, e, só Deus sabe até quando vai isso. Essas saudade e outras coisas me levaram a viajar em pensamento!E, não sei bem por que cargas d´água - dizem que nada acontece por acaso - meu pensamento viaja para um dia qualquer, quando , estava eu na sala de espera do Aeroporto de Congonhas, esperando meu voo, e, como não poderia deixar de ser, observadora que sou, observando o vai e vem das pessoas. Observar pessoas e seus comportamentos é uma das coisas que gosto de fazer, principalmente quando estou nesses lugares - geralmente, esperando! Essa espera me dá a oportunidade de "n" aprendizados. Mas, voltando ao pensamento que - consciente ou inconscientemente - viajou para aquele dia, lá na sala de espera, me recordei nitidamente da cena que vi. Sentada em um dos bancos que ficava à direita de onde eu me sentava, observei uma bela moça, bem arrumada, elegante e discreta que, a meu ver também estava a observar. Me chamou a atenção, sei jeito de revirar os olhos, e, foi então que percebi que ela também observava - não o movimento - mas, sim, estava a olhar para um também bonito e elegante rapaz que estava sentado no lado oposto, bem à sua frente.Fiquei algum tempo mergulhada naquela cena e nos movimentos de olhos de ambos. O rapaz, por sua vez - percebi - meio de canto de olhos em principio, e, depois mais atrevidamente, também a olhava. Permaneci discretamente atenta à essa cena por um bom tempo, e assim, também permaneceram os dois - um olhava para o outro, o outro olhava para o um, olhares se encontravam, enquanto a voz daquela moça de aeroporto anunciava:
Companhia tal, voo tal, com destino a tal lugar - embarque imediato pelo Portão 4!
E, por ai, seguiam as coisas, as falas, os olhares... a moça falava e a troca de olhares continuava, e, nada acontecia.
Até que, de repente, em um determinado momento, a voz gutural da moça do aeroporto anuncia solenemente:
Atenção Srs. passageiros da Companhia A, voo nª 000, com destino a qualquer lugar que não me lembro - seu embarque será imediato pelo Portão X!
A moça bonita se levanta, pega lentamente suas bagagens de mão... lança um último olhar para o moço - e - se vai!
End!
E, eu, no observatório.

E, o aeroporto, assim - vazio.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Oi Agosto, seja bem vindo!




Me dei conta de que hoje, quinta-feira, é primeiro de agosto de 2019.
Então ele chegou! Agosto chegou, e, estou certa de que vou agostar, por que assim escolhi!
Resolvi receber agosto como merecemos! Assumi, ainda que por algumas poucas horas, se tanto, minha cozinha!
Coloco uma bela talagada de vinho tinto português em uma taça, e, enquanto beberico, preparo algumas brusquetas - 4 fatias de pão italiano, lascas de queijo parmesão capa preta, fatias de presunto tipo parma cobertos com tomatinhos cereja, manjericão, uma pitada de orégano e azeite! Eu mereço... terá sobremesa, com certeza (sorvete de passas ao rum)... e só para mim, por que sim... por que  eu mereço, porque agosto chegou ,vou agostar!
Bebericando meu vinho, petiscando minhas brusquetas, deixo o pensamento viajar  a gosto de agosto, penso que escolhi recebê-lo e apreciá-lo com o melhor de mim, com o meu melhor look, aquele que não se vê a olhos nus, aquele que é visível somente àqueles que conseguem ler uma alma!
Afinal, como diz Éxupèry "o essencial é invisível para os olhos".
Escolhi recebê-lo com a simplicidade e a humildade de quem está, aos poucos, saindo da escuridão.
A noite escura da alma traz uma carga intensa de aprendizados.
Penso, já vivi tantos  agostos, de alguns agostei, de outros nem tanto, mas este, este terá um sabor diferente, apreciado por quem passou pela noite escura da alma e está sob o efeito da queda dos véus!
E assim, entre pensamentos, golinhos de vinho e beliscos resolvo dar uma sapeada pelo whatsapp e, pimba... me deparo com um texto maraaaa... vilhoso, enviado por uma amiga não menos maravilhosa. O texto me tira o folego, me enche de emoção, me põe lágrimas nos olhos e, ainda, me impele a sair da inércia. Assim, nasce esta postagem.
O texto merece, o momento merece, minha amiga merece, agosto merece, você merece e principalmente, eu mereço!
Julho se foi e o que foi, foi..., ficam para traz os convites não feitos, os aniversários não comemorados, os beijos não dados, as vontades sufocadas, as viagens não curtidas, as exclusões tão sentidas e tão doidas! O que foi foi... com julho aprendi um monte, sobre não julgar, sobre me olhar, me cuidar, perdoar e sempre, sempre amar, amar, amar....incondicionalmente! Julho se foi e, como diz o texto "agosto tem muito a ensinar porque  é mês jardineiro, é dentro dele, berço do inverno, que as sementes dormem. Aguardam seu tempo de brotar. Agosto é guardador da boa-nova, preparador de flores." 
Vou brotar, vou setembrar e virar flor...  por que "agosto é quando Deus deixa a natureza traduzir visivelmente o tempo das mutações."
O mais, o texto fala por si e por mim....!
Só sei que vou aceitar as esperas, mas colocar floreiras na janela.!

Texto de Miryan Lucy de Rezende 
Escritora e Educadora Infantil

"Só quem vive bem os agostos, é merecedor da primavera!"

" Lembro-me bem. Foi quando julho se foi, que um vento mais gelado, mais
destemperado, que arrastava ainda folhas deixadas pelo outono, me disse algumas verdades. Convenceu-me de que o céu começaria a apresentar metamorfoses avermelhadas. Que a poeira levantada por ele daria lições de que as coisas nem sempre ficam no mesmo lugar e que é preciso aceitar que a poeira só assenta depois que os redemoinhos se vão.
Foi quando julho se foi que a minha solidão me convidou para uma conversa. E me contou de tempo de esperas. E me disse que o barulho das árvores tinha algo a dizer sobre aceitação. E eu fiquei pensando como elas, as árvores, aceitam as estações que, se as estremecem, também lhes florescem os galhos. Mas tudo a seu tempo. Foi em agosto que descobri que os cachorros loucos são, na verdade, os uivos que não lançamos ao vento. São nossos estremecimentos particulares que a nossa rigidez de certezas não nos permite encarar.
O mês de agosto tem muito a ensinar. Porque agosto é mês jardineiro, é dentro dele, berço do inverno, que as sementes dormem. Aguardam seu tempo de brotar. Agosto é guardador da boa-nova, preparador de flores. Agosto é quando Deus deixa a natureza traduzir visivelmente o tempo das mutações.
Mude, diz agosto, em seu recado de sementes. Aceite, diz agosto, com seu jeito frio de vento que levanta poeira e a faz avermelhar o céu. Compartilhe, diz agosto. Agasalhos, sopas quentinhas, cafés com chocolate, abraços mais apertados – eles também aquecem a alma e aninham o corpo. Distribua mais afetos, que inverno é acolhimento, é tempo de preparar setembro. E, de setembro, todos sabemos o que esperar. Esperamos a arrebentação das cores, que com seus mais variados nomes vêm em forma de flores.
Vamos apreciar agosto, recebê-lo com o espanto feliz de quem não desafia ventos. Que ele desarrume e espalhe suas folhas e levante suas poeiras.
Aceite as esperas, mas coloque floreiras na janela.

Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!"

sábado, 28 de outubro de 2017

COMO CONHECEMOS UMA PESSOA?

Como conhecemos uma pessoa...


Como se conhece uma pessoa? Os Divãs variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado sem medo. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto e esquece dos momentos de humor que compartilharam em vários momentos.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento de uma amizade. Pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro na terapia do Divã? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de uma cama pequena de divã, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. E sem expressão. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade e amor pela vida e pelo outro. Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e os maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser feliz de novo e pelo outro sem tamanho. Evite a marcha a ré. Engate uma primeira nesse coração. Um coração feliz, arrebata as dores dos espinhos da rosa. Mas a rosa, não consegue viver sem seus espinhos.
Continuando...
Ao se olhar no espelho você se depara com uma mulher seis anos mais velha e 750ml de lágrimas mais inchada, mas antes que comece a chorar de novo, vc diz: "Eu mereço ser feliz! Vamos nessa".

Desconheço o(a) autor(a), se alguém souber me informe, por favor!

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

TOME POSSE DA SUA MATURIDADE



"- Tome posse da maturidade.
 A longevidade é uma bênção! Comemore! Ser maduro é um privilégio; é a última etapa da sua vida e se você acha que não soube viver as outras, não perca tempo, viva muito bem esta. Não fique falando toda hora: "estou velho". Velho é coisa enguiçada. "Idade não é pretexto para ninguém ficar velho".
- Perdoe a você, antes de perdoar os outros. Se você falhou, pediu perdão? Deus já o perdoou e não se lembra mais. Não fique remoendo o passado... Não se importe com o julgamento dos outros.
 - Viva com inteligência todo o seu tempo. Viva a sua vida, não a do seu marido, da sua esposa, dos filhos, dos netos, dos parentes, dos vizinhos, dos amigos... Nem viva só pra eles, viva pra você também. Isto se chama amor próprio, aquilo que você sacrificou sempre! Faça o seu projeto de vida!
– Coma e beba com moderação; durma o suficiente. Tenha disciplina. Fale com muita sabedoria. Discipline sua voz: nem metálica; nem baixinha; seja agradável!
-  Do passado,  valorize só o que foi bom. Experiências caóticas, traumas, fobias, neuroses, devem ser tratadas com o psicoterapeuta.
- Não arrisque cirurgias plásticas rejuvenescedoras. Elas têm prazo curto de duração. A chance de você ficar mais feio é altíssima e a de ficar mais jovem é fugaz. Faça exercícios faciais. Tome no mínimo 8 copos de água por dia e 15min de banho de sol é indispensável.
 - Use seu dinheiro com critério. Gaste em coisas importantes e evite economizar tanto com você. Tudo o que se economizar com você será para quem? No dia em que você morrer, vai ser uma feira de Caruaru na sua casa. Vão carregar tudo. Por que não doar as roupas, abrir um brechó ou dar todas as suas bugigangas?
 - A maturidade não lhe dá o direito de ser mal educado. 
- Aposentadoria não significa ociosidade. Você deve arranjar alguma ocupação interessante e que lhe dê prazer.
 - Cuidado com a nostalgia. Pessoas amargas e tristes são chatíssimas. Elogie os amigos, não fique exigindo explicações de tudo. Amigo é amigo.
- Leia. Ainda há tempo para gostar de aprender. A maturidade pode lhe trazer sabedoria.
- Seja avó do seus netos, não a mãe nem a babá. Cuidado com aquela disponibilidade que torna os outros irresponsáveis.
- Se alguém perguntar como vão seus netos, evite discorrer sobre a beleza rara e a inteligência excepcional deles. Cuidado com a idolatria de neto e o abandono dos filhos casados...
- Não seja uma sogra ou sogro chato. Nunca peça relatório de nada. Seu filho tem a família dele.  
- Cuidado em atender ao telefone: se a pessoa perguntar como você vai e você responder "estou levando a vida como Deus quer"; "a vida é dura"; "estou vencendo a dureza"; você vai ver que as ligações dos amigos e dos parentes vão rarear, cada vez mais.
- A maturidade é o auge da vida, porque você tem idade, juízo, experiência, tempo e capacidade para se relacionar melhor com as pessoas. Então delete do seu computador mental o vírus da inveja, do orgulho, do egoísmo, cobranças, coisas pequenas e frustrantes para tomar posse de tudo o que você sempre sonhou:
 A felicidade.

Ivone Boechat
Mestre em Educação, Pedagoga, Escritora e Conferencista.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

TESE de VIDA!

Um convite Especial


As vezes um minuto parece uma eternidade, outras vezes, passa como a velocidade da luz, mas deixa marcas profundas em nossas vidas, ou, pelo menos, na minha!
Assim foi o correr deste meu ano (2016). Cheio de TUDOS e de NADAS... Todos muito bem aproveitados!
E, no correr das horas, ora, no soar do relógio, no tempo certo, as coisas vão acontecendo e se eternizando dentro da gente!
Do jeito que tem que ser, do jeito que DEUS quer... no tempo e no espaço DELE.
Dizem que o tempo é o melhor remédio para todos os males... não creio muito nisto, mas, para este momento, acredito que o tempo foi benéfico e providencial.
Assim, entre percalços e sustos, idas e vindas... umas tantas lágrimas e risos também, hora caminhando a passos lentos, hora a passos largos... chegou o dia, afinal!
Vou desencaixotar as coisas, coloca-las nos seus devidos lugares, destravar os conhecimentos e, finalizar mais esta etapa... assim espero.
Dia de defender a tal da TESE!
Será no dia 19/12/2016, as 14horas no CECH – auditório do Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade (PPGCTS), na área Sul da UFSCar.
E como não poderia ser diferente, você é meu convidado de HONRA, já que fui HONRADA e ABENÇOADA por DEUS ao receber como presente a oportunidade de tê-lo como parceiro nesta etapa da minha vida, nesta construção de VIDA que vai além de uma TESE, ou daria outra TESE...
Os tantos aprendizados, os momentos, os TUDOS também são seus... sem sua ajuda inestimável, certamente muita coisa não teria acontecido!

# TE DEDICO, com HONRA e profunda GRATIDÃO, este MOMENTO DA MINHA VIDA e tudo o que ele SIGNIFICOU – SUA IMPORTÂNCIA, SIGNIFICADO E RELEVÂNCIA ficarão gravados para sempre na memória!
Mais uma vez, GRATIDÃO SEM MEDIDA!
SEJA BEM-VINDO!
GRANDE E CARINHOSO ABRAÇO...

Cássia 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Lilith, Eva e Eu: expulsas do paraíso


Hoje (14/02/2017) é um muito dia especial, dia de gratidão, dia em que oficialmente, entregando a versão corrigida da minha tese, encerro mais um ciclo da minha vida e posso, quando se fizer necessário, assumir o título de Doutora. Posso dizer, sem medo de errar que este foi um ciclo de aprendizados mais do que acadêmicos, aprendizados de vida... de convivência, de segurar sentimentos. De entender que na vida há tempos de abraçar, e de deixar de abraçar... e, neste caso, com muito pesar, foi o tempo de deixar de abraçar, de segurar a expressão dos sentires, adiando-os para contar em momentos que não aconteceram. Momentos de deixar de dizer coisas em detrimento de uma tese, em detrimento de um propósito. Enfim, foi... sou Doutora em VIDA!
E então, que sentimento estranho é este que me faz suspirar fundo desde o despertar deste dia, que começou com dúvidas e teve um final feliz?
Entro no ônibus para percorrer o caminho de volta, sento no lugar de sempre – poltrona 8 – minha preferida, me acomodo, fecho os olhos e penso: Agora quero descansar!
Ledo engano... ao fechar os olhos, algo acontece... um flash repentino e vêm tudo à mente! Ônibus, rodoviárias, pessoas, pessoa, longa distância, cansaço... palavras, embora, embora... lágrimas, lágrimas, dor, sensação de ausência de mim! 
Com estas lembranças, as lágrimas caem, desta vez de mansinho, consciente, leve, esclarecendo a sensação estranha cravada na alma, que trouxe os suspiros ao longo do dia. Então foi isto...nem a alma, nem o coração deixaram passar batido, trazendo à memória, a lembrança de que hoje completam sete anos que fui expulsa do paraíso.
Não, eu não sou a Eva, mas ela é minha ancestral e, talvez, eu tenha cometido o mesmo pecado que ela provando o fruto proibido, o fruto da árvore do conhecimento,
Não, também não sou a Lilith, mas devo ter algum vínculo de ancestralidade com ela também, trazendo em mim um pouco do “espirito do vento”, espírito corajoso e destemido (só que não) que se abalou, com a cara e a coragem para o seu suposto Jardim do Éden, sem sequer imaginar que corria o risco de ter que deixá-lo às pressas, não espontaneamente como fez Lilith mas sim por vontade do seu senhor! Seja como for, assim como elas num certo domingo de carnaval, há sete anos, tive que, forçosamente me retirar do paraíso.
Sete anos, mais um ciclo que se completa, um pedaço de VIDA!  
Um ciclo de aprendizados extensos e profundos, de muitas reflexões, de tomada de consciência de muitas coisas, uma tese de vida, que pode significar um encontro renovado, desta vez, no eixo do amor de verdade, numa base mais madura e consciente.
Embora este evento já não me machuque mais, algo dentro de mim fez questão de trazer esta memória à luz, e, se assim foi, isto tem o seu papel no fechamento destes ciclos. A vida é feita de ciclos, de superação, recomeços, reencontros, renovação e eu, começaria tudo outra vez, se possível fosse, mas isto hoje, está entregue ao universo, Seja feita a sua vontade! Seja como tem de ser.
Aceito e agradeço com serenidade esta lembrança, afinal, é real, aconteceu, faz parte da minha vida, da minha história.
Aceito e agradeço com serenidade o que tiver de ser!

Gratidão, gratidão, gratidão!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Te vejo! Ubuntu









Já faz alguns dias venho que pensando sobre o Sawu Bona, um cumprimento Ubuntu... TE VEJO"
A ética Ubuntu me encanta. "Entre as tribos do norte de Natal na África do Sul, a saudação mais comum, equivalente ao nosso popular "olá" ou "bom dia", é a expressão Sawu bona! Que literalmente significa "Te Vejo". Um membro da tribo zulu de onde ela é originária, responderia Sikhona... ou seja, oi, estou aqui, te vejo também! A ordem da troca é importante: até você me ver, eu não existo. É como se, ao me ver, você me fizesse existir. (SENGE, Peter, 1999, p.3)
Esta troca é importante na cultura zulu, Ubuntu é uma palavra derivada do ditado popular Umuntu ngmuntu nagabantu, que, do zulu, traduz-se literalmente como: "Uma pessoa é uma pessoa por causa de outras pessoas." Na cultura zulu, se você cresce com essa perspectiva, sua identidade se baseia no fato de que você é visto, tido como importante para as pessoas com as quais convive e que estas lhe respeitam e reconhecem sua importância como pessoa naquele contexto.
Assim, ao dizer "Te vejo", ou "bom dia" ...... sendo visto, recebo de volta "Te vi, estou aqui! Isto me leva a pensar que se o contrário acontece - Se eu digo "Saw bona (Te vejo), e não obtenho um Sikhona de volta, isto na ética ubuntu significaria que "não estou sendo visto"???? E não sendo visto, qual seria o sentimento de quem não foi visto????
Te Vejo, te dou importância, te quero bem e isto é meu! 
Realmente, a ética Ubuntu me encanta!

quinta-feira, 10 de março de 2016

METADE!

Para hoje, temos METADE... INTEIRA, TODO, UNO...

Porque sou INTEIRA, um inteiro....  metade!
Porque metade de mim é AMOR e a outra metade também



METADE
Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher (o homem) que amo seja pra sempre amada(o)
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um(a)  homem/mulher inundado(a) de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.
Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 19 de março de 2015

Diva


O que é a previsibilidade? Grosso modo, diz o dicionário que " é quando o agente age de certa forma, em uma conduta, sabendo-se que se agir assim, o resultado é previsível". é assim a minha observação sobre determinados fatos, certeza que o sujeito observado agirá de tal forma e, pimba, acontece.
Tem gente que é tão previsível, mas tão previsível, que é possível saber exatamente quais serão os seus próximos passos, as próximas atitudes. Nada surpreendente ou incomum. Nada gentil, nada humano, nada humilde ou sábio,embora empunhem bandeiras de bons meninos ou meninas, embora se intitulem autoconhecidos e terapeutizados. A finalidade do autoconhecimento, caríssimos, como diz a própria palavra, é que a gente aprenda a se autoconhecer para não repetir no futuro, comportamentos que vêm comprometendo a nossa evolução até agora e não para justificar erros e espelhá-los nos outros.
Gente que sucumbe ao peso dos seus próprios padrões, nega a si mesmo e aos outros o prazer da generosidade de atos simples e se deixa iludir por parecenças, se deixa fisgar com as iscas mundanas dos padrões tântricos pré estabelecidos, tudo isto sob o discurso da "construção"! Previsível assim, do tipo, por que pensamos o que pensamos e que não é? E previsivelmente está se enganando mais uma vez!
Gente que se deslumbra com pouco, se  encanta e perde a noção, achando que o mundo é só aquilo mesmo, aquele momento. E quando encontra figuras padronizadas de mães, pais, terapeutas entre outras, dai... consciente ou inconscientemente, repete o padrão, jurando que não! 
Tudo igual, tal e qual… Entra ano e sai ano, entra vida e sai vida e continuam os mesmos, o mesminhos.
E, a previsibilidade dá uma canseira, afff… esgota a gente mentalmente.
Este exercício cansa, não há como não observar e perceber as coisas. Uma amiga postou recentemente uma frase que me apropriei... "não há como abafar os ecos de relações ou circunstâncias que um dia vivemos. Bom seria se houvesse. Assim como o amor define nossa humanidade ( no sentido de SER humano), a dor também define". Simples assim. 
Ahhh… que bom se eu fosse uma Diva,
Daquelas bem dadivosas,
Que entra vida e sai vida,
Ficasse ali verso e prosa.

E… Aquela gente encantada,
Que chegava e seguia,
Era disso que eu tinha medo
O que não ficava para sempre! (Ana Carolina)

E era tudo tão surpreendentemente previsível, que minha alma corajosa e guerreira sentia exatamente como seria cada por vir, mas ainda assim, seguiu em frente sorvendo cada gota daquele fel, não desistiu! Tinha que ser... foi. 
E você, se esconde porque?
Tens medo do que? Entenda, cada um é a sua própria ameaça,
Seus temores e seus grilhões estão no interior do seu interior…  e se refletem em mim, porque sim...por que o amor é mais forte!

Quem dera eu fosse uma diva
Daquelas bem dadivosas…. não me foi permitido ser, …, mas SOU!

Tenho e posso com muita intensidade, aquilo que tivestes medo de desfrutar!