sábado, 27 de outubro de 2012

No passar das horas.... ora!

Hoje faz uma semana que começou o horário de verão.

Meus sentires quanto ao horário de verão são antagônicos. Uma relação de amor e ódio. Adiantar o relógio uma hora me traz sofrimentos enormes, meu corpo sofre para levantar e não quer dormir quando teoricamente já passa da hora, a sensação é que vou perdendo todo dia uma hora. Ao levantar, ainda é noite…. quase choro, meu corpo rejeita veementemente esse despertar agressivo e noturno.
Por outro lado, chegar em casa ainda à luz da tarde é uma delícia, me engano pensando que posso fazer mil coisas…dentre elas caminhar ! Mas… estou todos os dias perdendo uma hora..ora.
No domingo fatídico que mudou o horário vi no facebook um texto bacana da jornalista Clarissa Leal. Ela falava sobre parar as horas. Conheci Clarissa durante o Vitória Moda Show, e gostando do texto, pedi permissão a ela para usá-lo, assim, reproduzo-o aqui suprimindo nomes e fazendo adequações.
“Devo adiantar o meu relógio em uma hora. Só consigo me lembrar que os trópicos de Câncer e Capricórnio são definidos em função dos solstícios. Olho em volta e vejo o quão controladora sou: há relógios e calendários por todos os cômodos da casa. É como se a cada dia riscado chegasse mais perto do deadline para a conquista da felicidade. Penso em As Horas Vulgares e em meu drama em tela grande  As Horas. Contabilizo em segundo, plano, a cronologia da minha nada mole vida. Pergunto-me se o tempo passa e se algo fica. Perene. Desperdício. Ele diz que o tempo de Deus é diferente e que qualquer dia, qualquer hora a gente se encontra. Para falar de amor, seja como for. Ai! Essa hora que não passa, esse desejo que não me larga, essa angústia e ansiedade a cada ponteiro que não gira. O sentido é horário, parece ser temerário. Queria congelar, mas ainda um milésimo de segundo me escaparia. Dislexa que sou, leio 17hs e entendo 19h. É o subconsciente operando sob a fragilidade do meu pouco tempo de espera. Cansei de contar e multiplicar os minutos, nunca vou entender como 1h significa 60 minutos, e um minuto é igual a sessenta segundos. Queria que no letreiro do meu coração existisse um Big Ben digital. Clicaria e enviaria em anexo. Ai! Se meus olhos tirassem fotos...” (Leal, Clarissa, 2012).
Houve um tempo em minha vida que quis com todas as forças do meu ser parar as horas, congelar o tempo e que meus olhos fossem câmeras fotográficas poderosas que pudessem registrar em alta resolução todos os momentos… não sendo isso possível, gravei para sempre na retina e na memória, na mais alta resolução possível para um cérebro humano as imagens que me acompanham nas minhas horas de lembrança… nas horinhas de descuido, em que se dá a tal felicidade, segundo GUIMARÃES ROSA.

Dias atrás se pudesse, pararia novamente as horas….ora, e gostaria que meus  ouvidos tivessem gravadores superpotentes para reproduzir quantas vezes  eu quisesse a voz deliciosa dizendo coisas reconfortantes aos meus ouvidos… não sendo isso possível, guardo os sons na memória.


E agora… no passar das horas, quero acelerar as horas…ora, na espera de respostas tão sem hora, que quisera eu viessem na mesma hora!

domingo, 21 de outubro de 2012

TE CUIDA!

Dia desses ao sair para fazer algumas visitas a empresas, entro no carro e o motorista automaticamente faz os procedimentos básicos: liga o ar condicionado e o som!
Internamente agradeço pelo ar pois está um calorão monstro e pela música pois com música dá para ficar em silêncio já que não estou para muitas falas. Quero ficar quietinha.
Ao ligar o som, o carro é invadido por uma música gostosa, estilo flash back, que me toca de imediato. Meu coração leva um susto, dá um salto mortal, vai às alturas, volta e aterrisa novamente no peito com uma velocidade incrivel. Levo um baque… tumtumtummmmm!
Any fool can see that love is blind (qualquer tolo pode perceber que o amor é cego);
An here I am to prove it one more time (  e aqui estou eu para provar isso mais uma vez);
Forget about my pride… ( vou esquecer o meu orgulho).
Nossa Wlad, brinco com o motorista revirando os olhos… de onde você tirou essa relíquia?
Ele responde: -- É a 91,10 FM, legal né? É do nosso tempo completa ele rindo!
-- É… respondo monossilábica e me recolho de novo. P.Q.P como estou sensível penso, baixei a guarda sem querer, me abri…e estou certa de que assim o fiz porque encontrei um campo fértil e aberto do lado de lá para isso. Senti que estava aberto, senti o frio na barriga, o chamado da alma, senti isso tenho certeza, senti sim! Fui abduzida e sei bem por quem. Me levaram para léguas daqui para me confortar e acarinhar e sei bem para aonde… não foi sonho, fui simplesmente sugada sem sequer ter a chance de resistir. Dessa vez não fui expulsa por que fui levada, ou buscada. Deixei o coração sem as amarras e rapidinho o levaram… e agora José, o que faço?
Acompanho a música cantando baixinho…over you, I´d gladly be a fool and love again, saio de mim, permito à alma que se acomode lá aonde foi transportada dias atrás e o pensamento grita angustiado… MEU DEUS o que está acontecento comigo? É isso que vou sentir, ou que tenho que deixar fluir? O que está acontecendo com meu coração que não está Over You e que já esqueceu o orgulho há muito tempo? O coração está desordenado, dando saltos para todo o lado como se estivesse se redescobrindo com o mesmo AMOR e está! Ele está na corda bamba, no trapézio e se arrisca em saltos ousados sem rede de segurança e ainda, já foi levado para aonde quer estar sem sequer me perguntar se podia ir. Obedeceu ao chamado sem me dar satisfações.O que é isso coração? Perdi o controle de tudo, fiquei sem chão e a ordem é sinta!!! E me disseram que fui além dos meus limites. Que limites são esses? O limite da saudade? Esse é o maior dos meus limites… é esse que me arrebenta, é esse que não consigo segurar. Dá para entender?
E você se assusta comigo? E me diz TE CUIDA? Como assim? Por que me chamou, chamou, chamou até que eu me rendesse à pressão do chamado? Então eu digo ME CUIDA!
Simultaneo a isso, dia desses, passeando pelo face vi um post  que me chamou a atenção: “Se cuida é um EU TE AMO disfarçado”. Pensei, pode ser e pode não ser. Quando eu digo te cuida, realmente o faço com amor e ponho nisso uma grande carga de EU TE AMO. Por outro lado, rio de mim, ao pensar ironicamente o quanto gostaria que o inverso fosse verdadeiro. Se  isso fosse verdade, poderia ter me sentido muito amada nos últimos dias a contar pelo numero de vezes que “ouvi”( li) te cuida. Ehehehe…. Que ironia!
Reinvento o verbo CUIDAR!
Eu te cuido
Tu me cuida
Ele me cuida/Ela te cuida
Nós nos cuidamos.

Se tivessemos coragem de fazer isso, estou certa que curariamos nossas dores de alma, deixariamos ir as mágoas e ressentimentos e estariamos livres para sentir um ao outro e nos permitir viver nosso conto de fadas real, sem medo de sermos felizes. FELIZES PARA SEMPRE!
TE CUIDA!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O sorriso do lagarto!

Miscelânea
Foi assim…sabadão…, abri a janela, olhei para o mundão além das minhas cortinas e me deparei com um dia mara…maravilhoso.  Céu tão azul que chegava a ser uma ofensa rsss… ofensa, claro, para quem assim como eu estava pensando em ficar em casa. Para quem, assim como eu estava precisando escolher entre se enfiar de cabeça num TCC ou aquecer a alma sob a luz e energia de cura daquele sol… não resisti. Escolhi a segunda opção, só hoje... só pela manhã, mas preciso disso.
 Me coloquei em trajes de caminhada e saí..sai de casa sem caminho programado, sem rumo, sem lenço…apenas com documento, pois, em uma cidade do porte da que eu moro, não dá para sair sem documentos, nem para uma inocente caminhada.
Parque Vaca Brava - Goiânia-Go
Ando, ando, ando e quando vejo estou em frente ao Parque Vaca Brava … que belezura, penso. Me conecto totalmente com o ambiente. O chafariz bem no meio do lago, jorrando água… os patos deslizando tranquilamente sobre as águas que refletiam o azul do céu, o verde e o sol… o sol...ah!o Sr. Sol aquecendo minha alma.
Fico tão absorta nisso tudo e em meus sentires que naquele momento não queria pensar, apenas sentir... sentir a natureza, o calor, o vento...tudo...tudo mesmo. Tão absorta que nem percebo que estou cruzando com um colega de trabalho, que pelo visto, assim como eu, resolveu aproveitar o lindo dia!
Ele me cumprimenta: Oi tudo bem?...
Eu… meio atarantada por não tê-lo visto antes, respondo: Oi…oi.. tudo bem e você. Nossa desculpe-me, estava tão compenetrada que nem o vi. Respondo rapidamente e prossigo...
Tudo bem, pensei, essa sou eu. Quando fico inteira, não vejo nada. Já aconteceu pior... em outra situação em outro momento. Caminhava tão absorta, tão inteira que nem vi minha irmã e meu cunhado… só não caminhava só.
Caminho pelo parque e de repente cruza a minha frente um enorme lagarto meio esverdeado, meio amarronzado... dourado talvez? Lindo com certeza...nem me assusto tão acostumada estou com eles que fazem parte da paisaagem da cidade e estão em toda parte nesta epoca do ano nessa região.
Parei, fiz uma reverência e dei passagem à sua majestade o Sr. Lagardo que parou e me deu uma sacada , tive a impressão que sorriu para mim, meio que agradecendo a reverência, meio que me saudando... e em seguida fugiu rapidamente no meio da mata. Pensei, estou vendo coisas? Não, não estou, ele sorriu para mim… lembrei do Livro  Profecia Celestina ou da Décima,não sei bem…que diz que quando estamos totalmente conectados com o nosso Eu Superior, com o Universo, com a natureza, conseguimos sentir todas as suas energias! Uma miscelânea de coisas...é possível!
Árvores em flor… uma profusão de cores, quaresmeiras, ficos, acácias, ipês..roxos, brancos, vermelhos e amarelos…e diante do amarelo, olho para o chão e me deparo com mais um presente, o chão está totalmente forrado de flores(zinhas) amarelas…feito um tapete.  Quase quero flutuar para não esmagá-las com os pés… piso suavemente, com reverência e respeito. Não me importo com tapetes vermelhos mas me curvo humildemente à tão estonteante beleza e generosidade da natureza diante do tapete amarelo. Uma miscelânea de flores, uma miscelânea de cores....
Saudei o dia mais uma vez  e agradeci a DEUS pelas preciosidades que recebi, que foram muito além da minha expectativa para a caminhada… uma recepção com todas cores, com todas as luzes naturais e aquecedoras, com o belo sorriso de um lagarto dourado e um tapete de florzinhas amarelas…! Agradeci ao dia por todos os sentimentos que fluiram, uma miscelânea de sentires…!  Certamente terei de segurar o coração que está querendo galopar à rédeas soltas..., certamente o recolherei....mas naquele momento, sem medo de ser feliz,  deixei que os sonhos lindos se misturassem à imensidão do céu e à belezura do momento. Numa miscelânea de sentires, entendi que não posso voltar atrás, não posso parar o tempo, mas posso aproveitar para transformá-lo em enternidade, gravado no carvalho da memória ! E naquele momento de tranquilidade interna, de encontro com minha alma, sem pressa para nada, entendi que..."só na calma do corpo podemos encontrar as pressas da alma". Uma miscelânea de almas....
Miscelâneas.... de VIDA. VIVA A VIDA!