sexta-feira, 1 de abril de 2016

Te vejo! Ubuntu









Já faz alguns dias venho que pensando sobre o Sawu Bona, um cumprimento Ubuntu... TE VEJO"
A ética Ubuntu me encanta. "Entre as tribos do norte de Natal na África do Sul, a saudação mais comum, equivalente ao nosso popular "olá" ou "bom dia", é a expressão Sawu bona! Que literalmente significa "Te Vejo". Um membro da tribo zulu de onde ela é originária, responderia Sikhona... ou seja, oi, estou aqui, te vejo também! A ordem da troca é importante: até você me ver, eu não existo. É como se, ao me ver, você me fizesse existir. (SENGE, Peter, 1999, p.3)
Esta troca é importante na cultura zulu, Ubuntu é uma palavra derivada do ditado popular Umuntu ngmuntu nagabantu, que, do zulu, traduz-se literalmente como: "Uma pessoa é uma pessoa por causa de outras pessoas." Na cultura zulu, se você cresce com essa perspectiva, sua identidade se baseia no fato de que você é visto, tido como importante para as pessoas com as quais convive e que estas lhe respeitam e reconhecem sua importância como pessoa naquele contexto.
Assim, ao dizer "Te vejo", ou "bom dia" ...... sendo visto, recebo de volta "Te vi, estou aqui! Isto me leva a pensar que se o contrário acontece - Se eu digo "Saw bona (Te vejo), e não obtenho um Sikhona de volta, isto na ética ubuntu significaria que "não estou sendo visto"???? E não sendo visto, qual seria o sentimento de quem não foi visto????
Te Vejo, te dou importância, te quero bem e isto é meu! 
Realmente, a ética Ubuntu me encanta!

quinta-feira, 10 de março de 2016

METADE!

Para hoje, temos METADE... INTEIRA, TODO, UNO...

Porque sou INTEIRA, um inteiro....  metade!
Porque metade de mim é AMOR e a outra metade também



METADE
Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher (o homem) que amo seja pra sempre amada(o)
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um(a)  homem/mulher inundado(a) de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.
Oswaldo Montenegro